Ex-presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel (PSD), voltou a reafirmar que o vídeo no qual aparece chamando os vereadores de "artistas", insinuando que dividia dinheiro desviado de contratos e serviços do Legislativo com os colegas, é fruto de uma "trucagem, hiperlinks e montagens nas falas". Ele é investigado na operação "Aprendiz", do Ministério Público do Estado (MPE), desencadeada no final do mês passado e que tem como alvo desarticular esquema de desvio público através de fraude em licitação no âmbito das compras realizadas pela Casa das Leis.
Segundo o vereador, que renunciou à presidência da câmara depois do escândalo e corre o risco de ter o mandato de vereador cassado, o vídeo foi feito por um servidor do Poder Executivo, a pedido do secretário de Gestão, Pascoal Santullo, que teria pedido também que as gravações passassem por cortes. "Não temos como saber o que de fato é e o que não prospera dentro do vídeo".
"A verdade está aparecendo. Quem falsificou os documentos, quem é que colocou as evidências na própria investigação, já se aponta isso", disse se referindo ao filho da autora das filmagens, que teria participado da venda do terreno.
Sobre outra investigação do MPE, na qual é acusado de corrupção ativa, suspeito de participação na compra de uma sentença judicial para liberar uma família de traficantes de drogas, presa em 2011, o vereador alega que é preciso separar a vida de parlamentar da de advogado, sua profissão.
"Nesse caso confundiu-se as duas questões, porque homem público tem que dar satisfação a todos, e é isso que estou fazendo", declarou em entrevista a uma emissora de TV em Cuiabá.