O ex-prefeito de Rondonópolis e atual deputado estadual Percival Muniz (PPS) e duas empresas de construções civis podem ter que devolver quase R$ 500 mil para os cofres públicos. Isso é o que pretende uma ação civil pública do Ministério Público Federal de Mato Grosso, ajuizada em fevereiro de 2011. De acordo com a ação do MPF, o então prefeito Percival Muniz, firmou um convênio com o Ministério da Integração Nacional, em 2001, no valor de R$ 1,5 milhão, dos quais R$ 1,3 milhão eram provenientes da União e R$ 138 mil do município, para execução de obra de drenagem de águas pluviais e pavimentação.
O relatório produzido por uma empresa credenciada pela Caixa Econômica Federal, indica que o convênio foi executado apenas parcialmente, a despeito dos recursos terem sido repassados em sua totalidade.
O relatório da empresa aponta, ainda, que o revestimento de PMF (Pré-misturado a frio) para pavimentação de vias urbanas do conjunto habitacional Jardim Cidade de Deus (1ª etapa), Jardim Ipanema, Vila Mariley, Vila Esperança, Vila Salamem e Vila Jardim Lourdes foi especificado no projeto final de engenharia com a espessura de cinco centímetros, todavia, executado com apenas três centímetros. Já a base de 20 centímetros e a sub-base de mesma medida especificadas no projeto sequer foram executadas.
Os requeridos, de acordo com o MPF, mesmo sabendo da inexecução da totalidade dos serviços, gastaram toda a verba destinada pelo convênio, gerando prejuízo para o patrimônio da União.
O processo de execução também teria outras irregularidades desde o começo. Para a pavimentação asfáltica das vias foi contratada empresa que ganhou a tomada de preços por ser a única participante da modalidade de licitação. Após vencer o certame, outra empresa cedeu os direitos e obrigações decorrentes do contrato de prestação de serviços de engenharia. Uma delas é de propriedade do sobrinho do deputado federal Wellington Fagundes, que figurou como testemunha no convênio entre o município e o Ministério da Integração Nacional.
Para o MPF, houve violação de deveres administrativos dos envolvidos, como o da impessoalidade e o da moralidade, nos atos praticados pelos agentes públicos em benefício de particulares. Por isso, a ação civil pública pede que a Justiça Federal condene Percival Muniz e as empresas a devolverem para a União o montante de R$ 482,2 mil, referentes à diferença entre o valor pago e o efetivamente executado na obra no município de Rondonópolis.
A ação civil pública do MPF tramita na Vara Única da Subseção Judiciária de Rondonópolis.
(Atualizada às 16:21h)