A colunista social Karina Nogueira, ex-mulher do empresário Júnior Mendonça, delator da Operação Ararath, irá depor ao juiz federal Jeferson Schneider, na tarde desta quinta-feira (6), em favor do ex-secretário de Estado Eder Moraes. Na ação penal, proposta em outubro do ano passado, o MPF acusa Eder Moraes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e ocultação de bens.
Também será ouvido na audiência o empresário José Geraldo de Sabóia Campos, dono da empresa Sabóia Campos Engenharia Ltda, que foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), junto com Éder Moraes.
No entanto, ele fez acordo de “delação premiada” e teve a denúncia contra si extinta, em troca de colaborar com as investigações. Além deles, a previsão é de que outras testemunhas deverão depor.
A audiência está marcada para iniciar às 13h30, na sede da Justiça Federal, em Cuiabá.
Os depoimentos de Karina Nogueira chegaram a ser utilizados como base para a deflagração da Operação Ararath.
Ela revelou à Polícia Federal as atividades financeiras, supostamente ilegais, realizadas pelo ex-marido Júnior Mendonça, por meio das empresas Comercial Amazônia de Petróleo e Global Factoring.
Após Júnior Mendonça realizar a delação premiada, ela reiterou na imprensa que seu ex-marido "não disse tudo o que sabia"
Absolvição negada – nessa ação, Éder Moraes chegou a pedir que fosse absolvido sumariamente, no início deste ano, mas teve a solicitação negada pelo juiz Jefferson Schneider.
O magistrado entendeu que a situação do ex-secretário não se enquadrava em nenhuma das circunstâncias que permitiriam a absolvição sumária, como a extinção da punibilidade e a existência de algum fator que poderia excluir a culpa dele nos fatos denunciados.
Alvo da Ararath – Eder Moraes, nas diversas ações propostas pelo MPF, é acusado de ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e falsidade ideológica.
De acordo com a Polícia Federal, o grupo do qual Éder era um dos principais articuladores movimentou, desde 2006, mais de R$ 500 milhões.
Segundo as investigações, o grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e jurídicas no Estado.
O dinheiro teria sido utilizado para viabilizar campanhas políticas e atender a interesses de pessoas do alto escalão do Estado, que estão sendo investigadas no âmbito do STF.
O ex-secretário também foi alvo de diversas ações, na esfera cível, propostas pelo Ministério Público Estadual (MPE), no final do ano passado, com outros políticos, como o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo.
Nessas ações, o MPE pede que Éder Moraes seja condenado por improbidade administrativa e que, com os demais denunciados, seja punido com a devolução dos valores milionários supostamente desviados dos cofres públicos.