Acusado pela Polícia Civil de São Paulo de peculato, falsidade ideológica e formação de quadrilha, Antonio Palocci costura um acordo para evitar o risco de ser preso. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o ex-ministro da Fazenda concordou em apresentar-se à polícia para prestar depoimento sobre denúncias de irregularidades em sua gestão como prefeito de Ribeirão Preto (SP).
Palocci, entretanto, não estaria disposto a admitir envolvimento em irregularidades na sua administração como prefeito da cidade. A data ainda estaria sendo ajustada entre sua defesa e o delegado Benedito Valencise.
Por meio de seu advogado, José Roberto Batochio, o ex-ministro comunicou Valencise que “está à disposição” para depor formalmente no inquérito que investiga suposta fraude no sistema de limpeza urbana durante sua gestão e a de seu sucessor, Gilberto Maggioni.
O comunicado teria sido feito na manhã desta sexta-feira. Batochio teria tomado a iniciativa de procurar a polícia, após conversar longamente com Palocci. O advogado orientou o ex-ministro sobre a importância de atender rapidamente à polícia, antes que a intimação seja substituída por um pedido de prisão.
Na última quarta-feira, o delegado estava decidido a pressionar o alvo maior de sua investigação. Como não conseguia localizar Palocci para intimá-lo, Valencise mandou um recado. “A gente começa a procurar e aí não acha. Então, existem outras conseqüências cabíveis”, alertou.
Palocci deverá ser ouvido logo após o feriado da Semana Santa. O local ainda não está definido. O ex-ministro prefere depor em Brasília, mas a audiência poderá ser realizada em São Paulo, onde a polícia e o Ministério Público estão com vários inquéritos civis e criminais relacionados ao ex-ministro em aberto.