O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) retoma hoje (24) a série de confissões em juízo de episódios de corrupção ocorridos no seu governo. Ele deverá ser reinterrogado na ação penal decorrente da primeira fase da Operação Sodoma, conforme pauta de audiências disponibilizada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A expectativa é que neste caso o político revele a atuação de cada um dos integrantes da suposta organização criminosa, que teria sido chefiada por ele entre os anos de 2011 e 2014.
A ação penal da Sodoma I já estava na fase final, em que defesas e acusação apresentam seus memoriais, mas a juíza Selma Rosane Santos Arruda, responsável pelo caso, atendeu a um pedido formulado pela defesa do ex-governador, comandada pelo advogado Délio Lins e Silva Júnior. Quando foi ouvido pela primeira vez em relação a este caso, em fevereiro do ano passado, o p e e m e d e b i s t a negou todas as acusações e é esperada uma postura diferente no reinterrogatório.
Neste processo já há o pedido de condenação de Silval e de outros cinco réus, suspeitos de terem cobrado R$ 2,6 milhões de um empresário para que as três empresas dele fossem incluídas no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), para a concessão de incentivos fiscais. Apontado pelo Ministério Público Estadual (MP) como chefe da suposta organização, Silval teve contra si, nesta ação, um pedido pela condenação pelos crimes de concussão, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Se condenado por tais crimes, a pena do político poderá ultrapassar 26 anos de prisão, por conta das agravantes listadas pela acusação. No entanto, com a mudança de postura, Silval poderá obter algum tipo de redução na pena, uma vez que passou a colaborar com as investigações, confirmando a prática de crimes a ele imputados pelos responsáveis da acusação.
Desde que mudou sua estratégia de autodefesa, Silval já foi ouvido três vezes em juízo e, em todas elas, confirmou sua participação em esquemas de corrupção, conforme as investigações da Polícia Civil e do MP e, espera-se, desta vez não será diferente.
Foi a primeira fase da Sodoma que levou Silval para a prisão, em setembro de 2015, pouco mais de oito meses depois dele deixado o comando de Mato Grosso. Após o novo interrogatório, Selma deverá abrir novo prazo para as alegações finais, antes de proferir a sentença contra os seis réus deste processo.