O ex-governador e ex-prefeito de Cuiabá, Frederico Campos, atualmente com 93 anos, afirmou estar magoado com o atual governador Mauro Mendes (DEM) e o ex-governador Pedro Taques por conta do bloqueio de sua pensão de ex-governador. Frederico diz que era amigo pessoal de Taques e apoiou a sua eleição. Porém, no fim gestão dele, o benefício deixou de ser pago pelo Estado.
“Ele me deixou em má situação porque eu vivo disso. Decidir apoiar o candidato contra ele, esse Mauro Mendes (DEM). Passado o tempo, Mauro Mendes fez a mesma coisa que Pedro Taques. Estou 4 meses sem receber a minha pensão. Estou vivendo em uma situação econômica particular crítica. Devendo sem poder pagar, e sem ter como reclamar porque ninguém acredita que eu não tenho nada”, reclamou ao .
Frederico Campos alega que sua aposentadoria é constitucional porque havia lei que previa o pagamento. Ele acredita que a judicialização de sua aposentadoria tenha cunho político. ”Estão subindo no poder e me agredindo por bobagem. Está acontecendo isso e fico triste por estar sendo prejudicado”, disse.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) ingressou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para deixar de pagar a pensão do ex-governador. O Estado alega que a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão cessou o pagamento de pensão vitalícia ano passado, após decisão do STF, que julgou inconstitucional artigo 1º, parte final, da Emenda à Constituição Estadual n.º 22/2003, que garantia o benefício.
O ministro Gilmar Mendes reestabeleceu o pagamento da pensão e a PGE recorreu da decisão. Atualmente a Frederico tem retido 30% de sua pensão por uma decisão judicial para o ressarcimento do erário por dano causado pelo ex-gestor e o filho Frederido Campos Filho. A ação de ressarcimento tramita desde 1998 e pede a devolução de R$ 3,7 milhões ao Estado.
A primeira sentença é de 2003, na época, a Justiça condenou pai e filho ao ressarcimento de Cr$ 29.196.393,97 (29 milhões, 196 mil cruzeiros) que em liquidação deveria ser convertido em moeda atual, acrescido dos juros legais e correção monetária.
Em 2015, foi pedido o bloqueio de R$ 4 milhões de pai e filho, mas nada foi encontrado nas contas de ambos. A ação de improbidade movida pelo MPE contra Frederico e Frederico Filho denuncia que ambos pagavam passagens aéreas e terrestres a quem os procurava, com dinheiro público da Prefeitura de Cuiabá, em 1990.
Segundo o ex-governador, não houve irregularidades nas emissões das passagens, tanto que suas contas foram aprovadas. “Está sendo descontado mensalmente do meu salário e da pensão de ex-governador que para mim é sagrada e pequena. Eu estou fora da política, fora da vida publica então é fácil me atacar. Está lá o Ministério Público tentando tirar minha aposentadoria que é constitucional e recebo há 40 anos”, afirmou.
Frederico Campos afirmou que se sente massacrado pelos atuais gestores e membros do Ministério Público. Afirma que o seu plano de saúde está atrasado e prestes a ser cortado por falta de pagamento. Ele também lamenta que o seu filho de criação, não possa se formar neste ano, já que as mensalidades da faculdade estão atrasadas.
“Mas tem gente que precisa matar Frederico Campos com a fome. É maldade dessas pessoas, desses políticos que estão na estrutura do Estado para fazer política em cima disso. Tenho um corpo que sofre com a artrose e que me impede de trabalhar. Mas me sinto ainda forte. Mas tem essas pessoas me agredindo noite e dia. E recebo menos que esses deputados, esses políticos que recebem mais de R$ 100 mil por mês”.