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Ex-diretor da Agecopa nega pagamento de propina para Cuiabá ser sede da copa

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A escolha de Cuiabá e Manaus como subsedes da Copa do Mundo de 2014 foi fruto de um intenso lobby político e Campo Grande nunca chegou, de fato, a ser uma concorrente da capital mato-grossense para receber o mundial. As afirmações são do ex-diretor da Agecopa, Agripino Bonilha Filho, que admitiu em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Copa, instalada na Assembleia Legislativa, a existência de uma carta em que o então presidente da Fifa, João Havelange, informava, quatro meses antes do anúncio oficial, a escolha de Mato Grosso para sediar parte dos jogos.

“A pior infraestrutura em todos os sentidos era a de Cuiabá. Cuiabá não tinha nenhuma condição de ser escolhida. Não fosse o trabalho do [hoje senador, na época] governador Blairo Maggi (PR) e do João Havelange, isso não teria acontecido. Mas sem nenhum envolvimento de dinheiro de corrupção”, assegurou Bonilha aos deputados.

O ex-diretor, que se apresentou como um amigo íntimo de Havelange, relatou que o primeiro contato com a comissão organizadora dos jogos no sentido de avaliar as possibilidades de Cuiabá ser subsede da Copa partiu dele próprio. Na ocasião, teria sido apresentado aos planos da Fifa, que consideravam Goiânia e Florianópolis como as melhores escolhas devido à infraestrutura das cidades, mas, principalmente, à localização, que facilitaria o trânsito dos turistas pelo país.

Bonilha afirma que, diante disso, pediu a Havelange que considerasse incluir sedes no Pantanal e na Amazônia como forma de potencializar o turismo nessas regiões. A ideia teria sido bem recebida pelo ex-presidente da Fifa, que teria transmitido o pedido a Joseph Blatter, seu sucessor no comando da federação. “Ninguém corrompeu o Havelange e o Blatter não tinha como dizer não ao homem que fez ele ser eleito presidente da Fifa por unanimidade”.

Quanto à carta de Havelange com a notícia de que Cuiabá seria eleita como subsede, Bonilha disse que era endereçada a si e tinha caráter confidencial, mas que, mesmo assim, permitiu que Maggi a lesse. “Para o governador, o teor não transmitia segurança de que Cuiabá seria escolhida. Para mim, que conhecia o Havelange, sim”, sustentou, afirmando que o texto exato era “fique tranquilo com relação à escolha de seu Estado”.

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