Em depoimento prestado à Justiça, ontem, o ex-deputado estadual Maksuês Leite, réu em processo por fraude em licitação, ratificou o que já havia afirmado ao Ministério Público Estadual (MPE). De acordo com o promotor Marco Aurélio de Castro, o ex-parlamentar confirmou a existência de um grupo que tinha a intenção de desviar recursos da câmara contratando serviços que, na prática, nunca foram prestados.
O esquema foi desvendado durante a operação Aprendiz, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que teve como alvo servidores da casa, Maksuês, na condição de empresário, e o então presidente da câmara, o ex-vereador João Emanuel (PSD), classificado por Castro como “o grande arquiteto” do esquema, que teria gerado um rombo de R$ 1,6 milhão nos cofres públicos.
Para que isso fosse possível, ele teria simulado a compra de materiais gráficos na Propel, empresa que pertence a Maksuês. As investigações do Gaeco comprovaram que a empresa não tinha condições de prestar os serviços constantes nas notas fiscais pagas por Emanuel, fato confirmado pelo próprio Maksuês.
A ação segue em fase de instrução. Já foram ouvidas testemunhas de defesa, de acusação e dois dos cinco réus.