O contador Luiz Alberto Dondo Gonçalves, que trabalhou com o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro e ficou preso por quatro anos, após a operação Arca de Noé, afirmou que foi o escritório de contabilidade dele que registrou o contrato de constituição da SF Assessoria e Organização de Eventos Eirelli ME.
Essa empresa foi usada pelo empresário Filinto Müller, delator da operação Sodoma, para “lavar” mais de R$ 15 milhões desviados no processo de desapropriação do bairro Jardim Liberdade, no ano de 2014, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Ele prestou depoimento à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, esta tarde, arrolado pela defesa do advogado Levi Machado, que é réu na ação penal, acusado de também participar da lavagem de dinheiro, em nome da Santorini Empreendimentos Imobiliários, antiga dona do imóvel.
Interrogado pelo advogado de Levi, Egydio de Souza Neves, o contador relatou que conhece Filinto Müller por conta dessa prestação de serviços. Ele também contou que, certa vez, chegou a ter contato com Levi Machado, que convidou ele e Filinto para irem em seu escritório, na Avenida General Vale.
Na reunião, Levi teria afirmado que obteve crédito proveniente de uma indenização e queria saber quanto de imposto custaria para abrir um caixa para a empresa dele. Mas o contador afirmou que isso não seria possível por falta de capacidade financeira.
Questionado pela promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco, Dondo contou que apenas fez o contrato de constituição da SF Assessoria e que, depois da reunião com Levi, nunca mais tratou do assunto com nenhum deles. O contato com Filinto Müller teria ocorrido apenas no ato da constituição da SF Assessoria.
Dondo afirma que não soube mais nada sobre empresa, até o ano passado, quando soube pela imprensa que a SF Assessoria estava envolvida em esquema de corrupção.