O advogado do ex-secretário-adjunto de Estado de Fazenda, Vivaldo Lopes, Ulisses Rabaneda, afirmou que seu cliente não tinha conhecimento, até se tornar réu no processo em que é acusado de prática de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, de que os cerca de R$ 500 mil depositados na conta de sua empresa tinha como origem a Comercial Amazônia de Petróleo, do empresário Junior Mendonça, apontado, junto com o ex-secretário de Estado, Eder Moraes (PMDB), como principal operador do suposto esquema deflagrado na operação Ararath.
“Com a atualização do processo, o próprio Vivaldo se surpreendeu com a informação de que o dinheiro veio da Amazônia de Petróleo, mas até então, ele tinha a ciência de que esse dinheiro era de um patrocinador”’, explicou Rabaneda.
O advogado ainda explica que se a Comercial Amazônia patrocinou ou não o Mixto Esporte Clube, quem tinha controle disso eram os responsáveis pelo setor, mas que, como dirigente do time, o ex-secretário não teve esse conhecimento.
Vivaldo foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) juntamente com Eder, sua esposa, a empresária Laura Dias, cuja empresa também foi destinatária de depósitos, e o superintendente do BicBanco em Mato Grosso, Luiz Carlos Cuzziol.
De acordo com Rabaneda, no caso de Vivaldo, não tem que se falar em lavagem de dinheiro, uma vez que é conhecida tanto a origem, como o destino dos recursos que foram depositados em sua conta. Os depoimentos prestados pelas testemunhas arroladas pela defesa do ex-secretário visam comprovar que a quantia foi utilizada para pagamento das despesas do Mixto.
Falta apenas uma testemunha destacada por Vivaldo para prestar depoimento, na semana que vem. Além disso, a defesa espera a conclusão da perícia técnica contábil que está sendo realizada pela Polícia Federal (PF) na documentação que comprova a transação dos valores destinados ao clube.