A semana começa em Mato Grosso com situação gravíssima na rede pública de saúde porque 99% das UTIs Covid estão com pacientes. 476 pessoas estão nas unidades e há 59 pessoas na fila esperando vagas. Nos últimos dias, a taxa de ocupação só vem aumentando e, neste domingo, ao constatar que a realidade é de colapso, o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, pediu “socorro” a colegas secretários estaduais para eventual necessidade de levar mato-grossenses para outros Estados.
A situação crítica de Mato Grosso é a mesma do Rio Grande do Sul, Tocantins, Goiás e Amapá, por exemplo. Há alguns meses, quanto tinha vagas, a rede estadual mato-grossense atendeu pacientes de Rondônia (que chegou a ficar com 100% das unidades com pacientes).
O governador Mauro Mendes afirmou que autorizou o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, “a tomar medidas extraordinárias para conseguir novos leitos. Pagaremos mais caro se for necessário, mas precisamos de profissionais”, disse Mauro, diante da grande dificuldades que o Estado vem enfrentando, desde janeiro, em contratar médicos para UTIs. “Fizemos o dever de casa: em março do ano passado, quando a pandemia chegou a Mato Grosso, o estado tinha 124 UTIs, entre as próprias e as contratadas pelo Governo. Hoje o estado financia 482 UTIs, quase quatro vezes mais. Somos o estado do Centro-Oeste com mais UTIs por 100 mil habitantes e o segundo do país que mais testa a população”, acrescentou o governador.
Ele também reafirmou que o Estado tem tomado todas as medidas a seu alcance em busca de vacinas para os mato-grossenses. “Precisamos do apoio da população: o vírus só circula no contato entre as pessoas. Temos que diminuir a circulação das pessoas e todos precisamos redobrar os cuidados. Só com essa união poderemos salvar centenas, talvez milhares de vidas”, pediu.
O governo deve avaliar, nos próximos dias, os primeiros resultados do decreto que passou a vigorar, na última quarta-feira, para tentar conter aglomerações e evitar mais casos positivos e redução na ocupação das UTIs, com comércio podendo funcionar até às 19h (exceto os de atividades essenciais), toque de recolher a partir das 21h e multa de R$ 500 para pessoas e de R$ 10 mil para empresas que descumprirem as decisões.
Com a taxa de ocupação dos leitos em 99%, a tendência é do governo estadual prorrogar as medidas restritivas. Houve um ajuste na última sexta-feira, liberando supermercados de funcionarem aos sábados até às 19h, aos domingos até meio dia e os restaurantes de funcionarem até às 14h aos sábados e domingos.