A jornalista Anglisey Battini Volcov, esposa do deputado Gimar Fabris (PSD) deverá ser convocada para prestar esclarecimentos nas investigações da Delegacia Fazendária de Mato Grosso sobre fraudes nas cartas de créditos para alguns servidores, que foram pagas pelo governo com valores acima dos reais. A informação é da TV Centro América. Foi feito levantamento em cartório e identificadas cinco escrituras de sessão de crédito para Anglisey no valor de R$ 48,7 milhões, sendo uma de R$ 9, 4 milhões, a segunda R$ 10, 1 milhões, a terceira 9,2 milhões, a quarta de R$ 13, 2 milhões e a quinta de R$ 6,5 milhões.
A emissora informa que os papéis foram passados para Anglisey pelos servidores públicos que receberam as cartas de crédito do governo para pagar direitos trabalhistas, no período de 28 e 30 de junho de 2010. A investigação policial apontou que um dos bens comprados por Anglisey é uma fazenda que fica no interior de São Paulo e está avaliada entre R$ 10 e 15 milhões. Também surgiram indícios que os cálculos das cartas de crédito foram feitos por contadores contratados por um advogado que chegou a ser preso, acusado de envolvimento na fraude, e depois essas planilhas foram apresentadas a integrantes do governo.
O então secretário da Fazenda, Eder Moraes, enviou um termo aditivo para o então secretário de Administração Geraldo De Vitto Jr, pedindo a emissão de novas cartas de crédito, e justificou “em razão de detectarmos que realmente ocorreu um erro e inversão de valores”. Porém, novos valores deveriam respeitar a tabela de cálculos que seguiam em anexo e com isso o governo emitiu R$ 480 milhões em cartas de crédito.
Na operação policial, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em um imóvel do deputado Gilmar Fabris em Ribeirão Preto (SP), onde foi preso um advogado. Em Cuiabá houve duas prisões. Os 3 já foram liberados.
A Delegacia Fazendária aponta que as fraudes feitas nas cartas de crédito para os servidores deram prejuízos de R$ 253 milhões para o governo de Mato Grosso.
Outro lado
O deputado Gilmar Fabris defendeu a esposa dizendo que todas as transações foram legais. “Foi um honorário que eles trabalharam em família e ganharam suado e trabalhado. Agora se melhorar de vida, se conseguir um honorário bom é um crime e isso pode ir para a cadeia pois melhorou bem a vida deles”, rebateu.
Geraldo Devito explicou a atuação dele quando secretário de Administração. “A Secretaria de Administração só emitiu as cartas porque havia uma lei que determinava a emissão por parte da SAD. A Sefaz fazia os cálculos e a PGE (Procuradoria Geral do Estado) corroborava nos cálculos e a SAD recebia isso pronto”.
Eder Moraes informou, pela assessoria, que não se manifestará sobre o assunto.
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