O empresário Eraí Maggi depôs, por mais de duas horas, esta manhã, na Comissão Parlamentar de Inquérita da Renúncia e Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa, e negou com veemência que tenha sonegado impostos na Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Coamat) que tem 36 associados, mas, de acordo com as investigações, somente 22 utilizariam a empresa para comprar ou vender insumos e commodities agrícolas. “Não somos possuidores de nenhum incentivo fiscal”, disse o rei da soja.
Eraí ainda lembrou que a mesma abordagem em relação a impostos foi feita na CPI das Cooperativas, no segundo semestre de 2014, e liderada pelo então deputado estadual José Riva, e não houve comprovação de irregularidades citando que uma das "provas mais concretas" disso é que a entidade "não perdeu credibilidade com instituições financeiras para contrair empréstimos. Nós lidamos com bancos internacionais e nacionais para contrair empréstimo a juros baixos para investir na plantação agrícola. Isso exige segurança jurídica e todas essas instituições financeiras sempre atenderam aos nossos pedidos. Isso porque órgãos de fiscalização como a Receita Federal já realizou procedimentos e nenhuma irregularidade encontrou”, detalhou.
Durante os depoimentos, o advogado Saulo Gahyva declarou que existem apenas processos administrativos na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) que somente após a sua conclusão ficará esclarecido se houve alguma infração tributária ou não, mas se houver imediatamente será pago para não prejudicar o bom andamento dos serviços da cooperativa.
O deputado estadual José Carlos do Pátio, presidente da comissão, informou ao final dos trabalhos que não considera legítimo o empresário Eraí Maggi chefiar seu grupo empresarial e, ao mesmo tempo, manter uma cooperativa ligada a produtos agrícolas. No entanto, preferiu não detalhar quais medidas poderão ser tomadas diante do seu entendimento. “Um dono de hospital não pode participar de uma cooperativa como a Unimed. A cooperativa tem conceitos claros. A CPI acredita que não existe legalidade por suspeita de sonegação de impostos estaduais e federais. Não posso criticar o empresário que se comprometeu a corrigir eventuais irregularidades. Nós faremos as pontuações no relatório apresentado na primeira quinzena de dezembro”, declarou.
Assim que Eraí concluiu suas explicações, a CPI aprovou a dispensa dos depoimentos de outros membros da Coamat por considerar irrelevante.
Os demais deputados integrantes da comissão parlamentar, Emanuel Pinheiro (PMDB), Gilmar Fabris (PSD) e Max Russi (PSB) decidiram não fazer questionamentos para Eraí Maggi.