Cinco federações do setor industrial, comercial e do agronegócio mato-grossense elaboraram documento, enviado ao governo federal, manifestando preocupação com os “acontecimentos políticos” que resultaram na saída de Luiz Pagot da direção geral do DNIT – Departamento Nacional de Infra-estrutura-, recentemente. Era o principal cargo no governo Dilma ocupado por um representante de Mato Grosso. As entidades aponta quem, “nos últimos anos, com a representatividade de um executivo de Mato Grosso à frente do DNIT, muito se conseguiu avançar na questão logística estadual, e os fatos ocorridos atualmente, relacionados àquele órgão, chamam a atenção da classe produtiva, que se mostra preocupada com o futuro do Estado e da região Centro-Oeste e se manifesta publicamente pelas razões abaixo relacionadas”.
O manifesto destaca que “a ocupação econômica da região mostra uma evolução produtiva de larga escala, contrapondo-se a uma logística de escoamento ineficiente e sem investimentos há mais de 30 anos. Em 2008, o Centro-Oeste produziu R$ 279 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) do país, representando 9,2%. No mesmo período, Mato Grosso registrou um montante de R$ 53 bilhões, o 15º PIB do ranking nacional. Na ordem geral, o Estado apresenta um crescimento na média anual de 10%, nos últimos 15 anos, chegando a liderar a evolução percentual (111,2%) em relação ao restante do país. Dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) confirmam Mato Grosso como líder nacional na produção de grãos, representando 19,6% do total. Além do soja, o Estado também é o maior produtor de carne e algodão do país, sendo que sua participação no superávit brasileiro ultrapassa 30%. Diante desses cenários, as entidades signatárias deste documento registram suas preocupações e posicionamento em favor dos interesses de nosso Estado e da região, solicitando ao Governo Federal o compromisso com a continuidade dos investimentos e execução dos projetos de infraestrutura em Mato Grosso”.
As entidades também expõem para o governo federal que, “com a retomada de obras fundamentais como a complementação de pavimentação das rodovias federais BR-158, no Vale do Araguaia, BR-163 a Cuiabá-Santarém, a continuação da duplicação das BRs 163/364 no trecho de Rosário Oeste até Rondonópolis, a continuação da implantação da BR-242, a duplicação da BR-163 do Posto Gil até Sinop, a recuperação das rodovias federais que cortam o Estado, e a adequação de acesso às cidades cortadas por essas rodovias, além de outras obras estratégicas como as ferrovias Ferronorte e Integração do Centro-Oeste (FICO), as entidades representativas do setor produtivo abaixo assinadas sentem que se não houver o compromisso do Governo Federal e, como consequência, da nova Direção Geral do DNIT com a continuidade desses projetos, o desenvolvimento da região ficará comprometido”.
A classe produtiva de Mato Grosso entende que a necessidade de solução logística para o Estado e o Centro-Oeste é fato que requer atenção e providências do poder público, em especial do Ministério dos Transportes. O setor produtivo do Estado de Mato Grosso busca o compromisso do Governo Federal na continuidade dos projetos em andamento e, consequentemente, com o desenvolvimento de toda a região.
O manifesto é feito em nome da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso – FIEMT-, Federação da Agricultura e Pecuária no Estado de Mato Grosso – FAMATO-, Federação do Comércio e Serviços no Estado de Mato Grosso – FECOMÉRCIO-, Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Mato Grosso – FACMAT- Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Mato Grosso – FCDL- e Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá – CDL Cuiabá.
Com a saída de Pagot e mais 23 integrantes do Ministério dos Transportes, devido denúncias de supostos esquemas de corrupção denunciados pela revista Veja, as lideranças de Mato Grosso não conseguiram emplacar um novo diretor no DNIT. Hoje, o Senado aprovou a nomeação do general José Fraxe para ser diretor geral do DNIT.