O mandado de prisão preventiva contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que até o momento está foragido, é resultado do inquérito policial número 070/2015 que foi instaurado para apurar crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro tendo como vítima o Estado. São investigadas irregularidades como pagamento de propina por parte de empresários para serem beneficiados com incentivos fiscais (Prodeic).
Ao prestar depoimento à Delegacia Fazendária (Defaz), o empresário João Batista Rosa, sócio proprietário do Grupo Tractor Partes, confirmou ter pago R$ 2,6 milhões para obter o benefício. João Rosa também é o atual presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá).
Segundo o empresário, após pagar a propina milionária, o benefício foi concedido pela Secretaria de Estado de Indústria e Comércio (Sicme), pasta que era comandada pelo ex-secretário Pedro Nadaf, um dos presos, esta tarde, na operação Sodoma.
De acordo com o depoimento de João Batista, o valor foi pago através de cheques emitidos pela empresa e transferências bancárias, pagamentos negociados com Pedro Nadaf. A juíza Selma Rosane Santos Arruda, titular da 7ª Vara Criminal acatou os pedidos formulados pela Defaz e decretou a prisão de Silval, Nadaf e também de Marcel Souza de Cursi, que era secretário de Estado de Fazenda.
No esquema também é investigado o ex-procurador do Estado, Francisco Gomes Andrade Filho. Ele no entanto, não teve a prisão decretada por Selma Rosane. Os presos estão prestando depoimento à delegada Cleibe Aparecida de Paula, titular da Defaz.
Em nota, a assessoria jurídica da empresa disse que o grupo foi vítima de uma "severa extorsão de agentes públicos que figuravam no governo anterior 2011/2014, para manter o incentivo fiscal concedido às empresas que compõem nosso grupo legalmente".