O dono da construtora Dínamo, Giovani Belatto Guizardi, está sendo ouvido, hoje, no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele era o responsável por arrecadar propina que era paga aos demais empreiteiros que participavam do suposto esquema de fraudes em licitação na Seduc.
O chefe do Gaeco, promotor Marco Aurélio de Castro, disse que o empresário tem contrato em outras pastas e isso está sendo investigado. "Giovani não tinha contrato com a Seduc, mas mesmo assim ele comandava as licitações dentro da secretaria, juntamente com os servidores públicos".
Marco Aurélio conta que as licitações eram 'leiloadas' entre o grupo formado por 23 empresas. "Após a Seduc fazer o pagamento aos empreiteiros, era destinado um valor inicial de 5% e posteriormente de 3% aos servidores e a Giovani.
O empresário mantinha contrato com a administração pública desde a gestão Silval Barbosa (PMDB) com obras contratadas não apenas pela Seduc, mas também pela extinta Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), atual Sinfra. Segundo o Gaeco o núcleo de operação, seria formado pelos empresários Giovani Belatto Guizardi, Luiz Fernando da Costa Rondon (Luma Construtora) e Leonardo Guimarães Rodrigues (Jer Construtora), sendo apontados como os mandatários dos servidores públicos, encarregados de fazer os contatos diretos com os membros do terceiro grupo os outros dez empresários.
“Este grupo se encarregaria de burlar os processos licitatórios, uma vez que recebem informações privilegiadas do primeiro núcleo [dos servidores públicos] e com elas organizariam uma simulação de concorrência, que estaria viciada por se tratar de verdadeiro jogo de cartas marcadas”, diz trecho da decisão judicial assinado pela juíza Selma Arruda.