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Empresa fecha acordo com procuradoria e vai devolver recursos do esquema de corrupção em Mato Grosso

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A Gazeta (foto: João Vieira/arquivo)

A empresa paranaense CR Almeida S.A. Engenharia de Obras firmou acordo de leniência com a Procuradoria da República no Estado de Mato Grosso para devolver recursos do esquema de corrupção investigado pela Operação Descarrilho. O acordo foi homologado no dia 18 de dezembro. O ex-diretor da CR Almeida que atuava em Cuiabá, Arnaldo Manoel Antunes, também negocia delação premiada. Ainda não há informações sobre os valores do acordo já concluído da CR Almeida ou da negociação com o ex-diretor da empresa do ramo da construção civil.

No dia 18 de dezembro, a subprocuradora-geral da República, Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini, votou pela homologação do acordo firmado entre a PGR e a CR Almeida. Seguiu o voto da relatora o subprocurador Antônio Carlos Fonseca da Silva, que também auxiliou durante as negociações do acordo com a empresa. Com isso, o acordo deve seguir para 7ª Vara Criminal da Justiça Federal, onde tramitam os processos da Operação Descarrilho.

A CR Almeida é uma das empresas que liderou a formação do Consórcio VLT, responsável pela construção do modal em Cuiabá e Várzea Grande. A empresa foi delatada pelo ex-governador Silval Barbosa por ter pago propina no valor de 3% sobre os R$ 600 milhões que inicialmente seriam pagos pela obra.

O acordo de leniência da CR Almeida foi firmado dias antes do governo de Mato Grosso anunciar a troca do modal VLT pelo Bus Rapid Transit (BRT). Baseado em estudos feitos pelo conselho de mobilidade urbana do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) o governo pretende gastar R$ 430 milhões para a conclusão da obra.

Conforme a delação de Silval Barbosa, a CR Almeida aceitou pagar propina de 3% sobre os R$ 600 milhões do valor do contrato para que o então governador quitasse dívidas de campanha do ano de 2010. As primeiras negociações iniciaram com um diretor da CR Almeida que faleceu em meados de 2012 e 2013. Em seguida, o então secretário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães, começou a tratar com o diretor da CR Almeida em Mato Grosso, Arnaldo Manoel Antunes, que recebeu o aval do presidente do grupo CR Almeida, Marco Antônio Cassou, para negociar a propina com políticos do estado.

A propina foi paga através de contratos de terceirizações da obra do VLT que a CR Almeida firmou com a empresa Cohabita Construções Ltda., que pertencia aos filhos de João Carlos Simoni. O empresário foi o responsável por contrair um empréstimo de R$ 29,5 milhões com o Banco Rural para ajudar a pagar as dívidas da campanha de Silval na eleição anterior. Entre 2012 e 2014 a empresa de Simoni recebeu R$ 16 milhões do consórcio.

A CR Almeida também subcontratou a empresa Multimetal Engenharia de Estruturas Ltda (atualmente denominada Indústria Metalúrgica BL Steel Ltda.) pelo valor de R$ 11,5 milhões a pedido do então presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT), José Geraldo Riva, que era “sócio-oculto” da empresa, segundo as investigações da Polícia Federal.

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