Mais uma empresa beneficiada pelo regime especial de tributação deve ser alvo de diligências da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação Fiscal nas próximas semanas. O nome da indústria ainda não foi divulgado, nem há uma data confirmada para a visita dos parlamentares ao endereço onde ela deveria funcionar. As informações que se têm, no entanto, são de que se trataria, mais uma vez, de uma empresa fantasma, com apenas um funcionário.
A primeira rodada de diligências foi feita pelos parlamentares no início deste mês. Na ocasião, duas empresas beneficiadas pelo regime especial foram visitadas. Suspeitas de juntas sonegarem mais de R$ 100 milhões, nenhuma das duas funcionava nos endereços que constavam em seus registros.
No local onde deveria ser a Nova Grãos Ltda., os deputados encontraram uma residência com placas de “Vende-se” e “Aluga-se” e algumas travestis, que se recusaram a atender os integrantes da CPI. Já onde deveria funcionar a Miragrãos, trabalhavam pessoas com uniformes de outra empresa que atua no mesmo ramo.
Apontado como sócio e administrador da Miragrãos, o empresário Aldevino Aparecido Bissoli já foi convocado à depor na CPI. Ele, no entanto, não compareceu às oitivas nas datas agendadas. Os parlamentares já aprovaram, inclusive, um requerimento para que ele seja conduzido coercitivamente à Assembleia Legislativa.
De acordo com o presidente da CPI, o deputado estadual José Carlos do Pátio (SD), até o momento, todas as empresas beneficiadas pelo regime especial que foram investigadas apresentaram irregularidades. As suspeitas dos deputados é de que todas elas sejam fantasmas.