“A festa é de vocês”, garantiu o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, aos vencedores do VI Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente, edição 2007, durante a cerimônia de premiação realizada na noite desta terça-feira, em Brasília. Ao falar um pouco sobre a história do prêmio — instituído em 2002 -, o secretário lembrou que dele resultaram “um universo de experiências” que “demonstram a dinâmica e a diversidade de projetos em curso na Amazônia”. “E a diversidade que vimos na noite de hoje nos estimula – a nós que somos, antes de mais nada, militantes em defesa da Amazônia – a ampliarmos nossos trabalhos e nossos esforços.”
Capobianco citou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ao destacar resultados das muitas ações do governo – valendo-se do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia – diante do desafio de preservar a região: o menor índice de desmatamento desde1988; a criação de mais de 20 milhões de hectares de unidades de conservação; a homologação de 10 milhões de hectares de terras indígenas; e a criação do Instituto Chico Mendes, para citar alguns.
Os atores Victor Fasano e Christiane Torloni conduziram a cerimônia de entrega dos prêmios às 18 iniciativas vencedoras de 2007 – selecionadas pelo MMA entre mais de 600 inscrições. Nesta quinta edição, o Prêmio Chico Mendes foi concedido a personalidades, instituições ou equipes que se destacaram nas categorias Organização Não-Governamental, Negócios Sustentáveis, Ciência e Tecnologia, Arte e Cultura, Associação Comunitária e Liderança Individual. Os três vencedores de cada categoria foram diplomados; e os primeiros colocados receberam prêmio de R$ 20 mil, cada. A festa da premiação contou com show de Almir Sater e exposição do artista plástico acreano Bab Franca.
O primeiro lugar na categoria Organização Não-Governamental foi para a Associação de Certificação Socioparticipativa da Amazônia (ACS/Amazônia), que tem como missão desenvolver, nas comunidades da Amazônia, um processo de certificação participativa que garanta a qualidade e a sustentabilidade dos processos e produtos relativos ao agroextrativismo na região.
Na categoria Negócios Sustentáveis, por sua vez, a primeira colocada foi a Ecoban Agroindustrial Ltda. (Ouro Verde Amazônia), de Alta Floresta, que se dedica à produção e à comercialização de derivados da castanha-do-brasil.
Em Ciência e Tecnologia, a vencedora foi a Associação de Defesa Etnoambiental – Kanindé, que atua na região Sudeste do Amazonas e em Rondônia e desenvolve diversos projetos e atividades de proteção ao meio ambiente e aos direitos indígenas.
Já o prêmio de Arte e Cultura foi para os documentaristas John Adrian Cowell e Vicente Silvério Rios – que construíram o maior acervo cinematográfico sobre a natureza e o homem da região – e para a pesquisadora Stella Oswaldo Cruz Penido, que realizou um projeto para o transporte adequado das seis toneladas de material.
O primeiro colocado na categoria Associação Comunitária foi a Associação Ashaninka do Rio Amônia – Apiwtxa -, do Acre, por meio da qual este povo indígena, exemplo de sustentabilidade social e ambiental, firmou parcerias para execução de projetos voltados para a implementação de atividades sustentáveis.
Por fim, o indigenista José Carlos dos Reis Meirelles Júnior foi o vencedor na categoria Liderança Individual, em reconhecimento aos muitos anos de trabalho junto a comunidades indígenas do Acre, especialmente no que diz respeito à proteção de povos ainda isolados.