O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, visitou Sinop, nesta quinta-feira, onde se reuniu com a prefeita Rosana Martinelli (PR) e o promotor Pompílio Paulo de Azevedo. Segundo o gestor, foi firmado um pacto para que cada ente assuma suas próprias responsabilidades. Desta forma, o Estado ficará responsável por pacientes de alta complexidade, enquanto o município atenderá casos de baixa e média complexidades.
“Existe erro de ambos os lados. Temos que admitir que há fragilidade neste sistema. Enquanto o Hospital Regional tem que absorver pacientes de baixa e média complexidades, não possibilita entrada de pacientes de alta complexidade. O inverso também acontece. Ou seja, se a UPA fica represada com pacientes de alta complexidade, também gera gargalo”, destacou o secretário.
Ainda segundo o secretário pacto firmado com a prefeitura, com mediação do Ministério Público, resultará na transferência de pacientes que são de responsabilidade do Estado e que, atualmente, estão internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), gerida pelo município. O acordo é que os pacientes sejam recebidos no Hospital Regional ou em outras localidades. “O compromisso é que, a partir de segunda-feira, todos os pacientes que estão, por ora, na UPA serão regulados efetivamente”.
Da mesma forma, o Hospital Regional não mais receberá pacientes de baixa e média complexidade, afirmou o secretário. Figueiredo ressaltou, no entanto, que não pretende “devolver” para o município os casos que não são de responsabilidade do Estado. “Os pacientes vão sair quando tiverem alta. O Estado assume aquilo que é alta complexidade, o município tem que assumir aquilo que é responsabilidade dele, que é baixa e média complexidade. A prefeita se comprometeu a fazer isso. Agora, o MPE vai monitorar quem efetivamente está cumprindo o que foi pactuado”.
Para definir o que é de responsabilidade do Estado e o que é deve ser tratado pelo município, será implantado um novo sistema regulador, explicou o secretário. “Aqui na região, vamos, a partir da primeira quinzena do mês que vem, instalar, de forma fixa, o complexo regulador. Hoje, temos dois imóveis nossos que estão cedidos para a prefeitura, que vai devolver para a gente alocar o sistema regulador, e todo o pessoal, equipamento e médicos necessários para que flua. Hoje a regulação tem vários atores que não são médicos e ela tem que ser feita por eles. Os médicos têm que decidir”.
Conforme Só Notícias já informou, duas crianças que estavam na UPA morreram no último mês, aguardando vaga em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), de responsabilidade do Estado. Por esta razão, os 15 vereadores de Sinop assinaram uma moção de apelo direcionada ao governador e ao secretário estadual para que fosse realizada uma audiência pública em Sinop para tratar dos “graves problemas da saúde” no município.
