Os reflexos da Operação Ararath na campanha eleitoral deste ano são inegáveis. Políticos da situação e da oposição acreditam que a ação da Polícia Federal (PF) pode interferir nas eleições. Apesar dos efeitos já refletidos neste momento, eles são unânimes em dizer que as investigações atingem todos os grupos, independente do partido político.
A quinta fase da operação desencadeada na terça-feira (20) pela PF investiga supostos crimes de lavagem de dinheiro. Os mandados de prisão, busca e apreensão envolveram desde o governador Silval Barbosa (PMDB), o prefeito Mauro Mendes (PSB), ao deputado José Riva (PSD) e o ex-secretário de Estado, Eder Mores. Estes últimos dois detidos no presídio da Papuda, em Brasília. Para o prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta (PDT), interlocutor do grupo de oposição, encabeçado pelo pré-candidato ao governo, senador Pedro Taques (PDT), do mesmo partido, a operação prejudica Mato Grosso. Porém, conforme ele, não atinge o projeto do bloco.
Contudo, Pivetta diz que o grupo não vai agir com “base na desgraça de ninguém, nem fazer julgamento”. As declarações foram dadas na manhã desta quinta-feira, durante encontro de prefeitos, promovido pela Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).Mesmo o prefeito Mauro Mendes (PSB), aliado de Taques sendo alvo da ação da PF, ele diz que – pelo que entendeu – a operação de crédito realizada pelo socialista foi legal. Para ele, não há nada que desabone a conduta do prefeito.
O pré-candidato ao governo do Estado pelo PT, o ex-vereador Lúdio Cabral, afirma que não pretende fazer juízo de valor com cada um dos pré-candidatos. Afirmou que depois desta operação, vai continuar o trabalho da pré-campanha, enquanto a direção do seu partido ficou de conversar com cada um dos dirigentes de siglas aliadas. As andanças, conforme ele, servirão para embasar o seu plano de governo.
Lúdio entende que a operação da PF afeta o processo eleitoral de Mato Grosso e o posicionamento dos partidos. Para ele, todos os grupos foram atingidos em maior ou menor proporção e que vai interferir em todo processo político.
Entretanto, conforme o petista, a operação não é de toda ruim, pois a população ganha a oportunidade de refletir nas raízes cada uma das pré-candidaturas. Lúdio ilustra o quadro demonstrando a necessidade de se fazer a reforma política no país.
Presidente regional do PR, deputado federal e pré-candidato ao Senado, Wellington Fagundes, avalia também que a operação coloca todos em suspeição. O republicano, oficialmente na situação, não descarta compor com a oposição.
O deputado federal Eliene Lima (PSD), também entende que, embora não tenha detalhes da operação, as investigações colocam todos sob suspeita. Já o vice-governador Chico Daltro (PSD), pré-candidato ao governo, presidente da sigla no Estado, não acredita que a operação prejudique apenas o seu partido. Para ele, as questões ainda estão sendo investigadas.