O ex-secretário estadual de Fazenda, da Secopa e da Casa Civil, Eder Moraes, disse hoje, após policiais federais irem a sua residência, em um condomínio na capital, em busca de documentos ou materiais de investigação da Operação Ararath, que não teme a investigação da Polícia Federal sobre crimes fiscais. Ele confirmou um negócio com o empresário Junior Mendonça, também investigado. "Sou amigo do Júnior Mendonça, a quem vendi um posto de combustível, o Santa Carmem, há uns quatro meses. Na verdade, vendi um fundo de comércio, não recebi dinheiro, pois ele assumiu os passivos do posto", disse Eder. O ex-secretário afirmou que foi a superintedência da Polícia Federal, após as buscas, sem advogado, e se colocou "à disposição. Não tenho nada a temer. Não vou me esconder atrás da moita. Vou enfrentar de frente", disse ao Midia News. "Na verdade, quem tem que ter dor de barriga com essa operação, não sou eu", emendou
Eder reclamou publicamente do senador Blairo Maggi, de quem foi secretário estadual de Fazenda, e do governador Silval Barbosa. "O que me chateia é não receber uma ligação telefônica do governador Silval Barbosa e do senador Blairo Maggi, aos quais eu servi durante doze anos. "Ninguém ligou para perguntar se eu estou bem, se estou precisando de advogado… É muita falta de consideração, solidariedade e companheirismo. Não abro mão disso, de receber essa atenção", afirmou. "Se não forem solidários comigo, que respondam pela ignorância e pela indelicadeza. Se é na base do 'salve-se quem puder', então vamos lá… Não tem problema", completou.
Questionado se estaria "mandando recado" a Silval e Blairo, Eder se esquivou. "Já falei demais. Entendam como quiserem", afirmou.
A Polícia Federal não informou se fez apreensão de algum documento ou computador no apartamento de Eder. Dos 24 mandados de prisões expedidos hoje, 16 são em Cuiabá, um em São José do Rio Claro (315 km da capital) e os demais em Goiás, Brasília e São Paulo. A PF já fez outras duas operações de buscas e apreensões em Mato Grosso na Ararath.