O ex-secretário de fazenda Eder Moraes confessou hoje que é mentiroso. Ele disse que não falou a verdade em depoimento ao Ministério Público Estadual, sobre esquemas relacionados a Operação Ararath, que desarticulou "organização" de lavagem de dinheiro, ano passado. Vídeos de trechos do depoimento foram divulgados esta semana, nos quais acusa o ex-governador Silval Barbosa de pagar R$ 2 milhões para que suas contas fossem aprovadas. Alega ainda que o dinheiro foi para o ex-deputado estadual Adalto Freitas, o Daltinho, que era o relator das contas e deu parecer favorável.
Em entrevista a uma emissora de tv, Eder declarou que estava emocionalmente abalado porque não seria mais indicado para assumir como conselheiro no Tribunal de Contas do Estado. “Estava extremamente tomado pela emoção de não ter sido atendido numa escolha para então ocupar uma vaga no TCE, qualificado que eu era para esta função e que, politicamente, praticamente me nomearam e depois me tiraram essa vaga. Então, todo esse contexto fez com que eu ali colocasse algumas palavras, e depois eu me retratei sobre todas elas. Então, só vou falar dessa situação agora em juízo”, afirmou.
Ainda no depoimento prestado aos promotores, o ex-secretário Eder Moraes detalhou como eram feitos os "esquemas" de vários empréstimos, sem assinar contratos, mas no "fio do bigode e na confiança estabelecida". Alegou que muitas notas promissórias ele assinou e cumpria ordens. "Os recursos negociados em factoring eram assinados muitos por Eder Moraes, mas a origem era assinada pelo governador porque o dono da factoring jamais vai emprestar para o Eder Moraes R$ 4 milhões, R$ 5 milhões, R$ 6 milhões. Então, ele exigia uma nota promissória mãe", contou o ex-secretário que comandou as finanças estaduais. Eder, em um dos depoimentos, disse que emprestou R$ 700 mil na factoring de Junior Mendonça para serem destinados para o prefeito de Sinop "não ser cassado". A mesma versão que Eder deu para o MP foi apresentada por Junior Mendonça, durante depoimento na Operação Ararath. Eder falou em R$ 700 mil para Juarez Costa e Mendonça em R$ 500 mil.
A operação investigou ao menos oito crimes: lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira, agir como se instituição financeira fosse, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e falsificação de documento público. O Ministério Público acredita que o esquema movimentou mais R$ 500 milhões em cinco anos.
Resta saber o seguinte: Eder Moraes mente agora na entrevista para a tv após a grande repercussão dos vídeos divulgados pelos sites ou realmente mentiu ao Ministério Público?
(Atualizada às 23:58h)
Veja os vídeos obtidos por MidiaNews