O juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, fará, esta tarde, audiência de instrução do processo desencadeado pela operação Ararath, dos esquemas de empréstimos fraudulentos beneficiando políticos, empresas, que eram pagos com recursos públicos. O colaborador premiado, o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, vai prestar escarecimentos, em Cuiabá. O ex-secretário Eder Moraes, preso desde maio no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, que deverá ser ouvido por videoconferência. O magistrado negou pedido formulado pela defesa de Eder, que pretendia obter a absolvição sumária. Ele é réu em processo que julga crime de lavagem de dinheiro. Além de Eder, são réus neste processo a esposa dele, Laura Tereza da Costa Silva, o ex-secretário-adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes, e o superintendente do Bic Banco em Mato Grosso, Luiz Carlos Cuzziol, que chegou a ser preso durante a operação.
Segundo as investigações da PF e denúncia feita pelo Ministério Público Federal, Eder é apontado como principal operador de um suposto esquema de lavagem de dinheiro que envolvia o Bic Banco, responsável por emprestar dinheiro à empresa de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça. Como garantias, a instituição recebia precatórios e créditos de contratos com o governo. Ao menos 10 inquéritos foram instaurados para apurar o esquema.
A fraude ocorria, conforme análise dos policiais, na destinação do dinheiro, utilizado para abastecer campanhas políticas e no pagamento de propina diversos políticos de Mato Grosso. Ao menos R$ 520 mil teriam sido enviados à empresa de propriedade de Lopes.
A informação, revelada na 4ª fase da operação, foi negada pelo secretário. Ele explicou que emprestou o nome da empresa para que a antiga Associação Amantes do Futebol e Amigos do Mixto (Afam) pudesse receber uma cota de patrocínio.
No decorrer das investigações, Eder e Cuzziol foram presos pela Polícia Federal. Enquanto o superintendente do banco foi libertado, o ex-secretário segue preso no Centro de Detenção Provisória da Papuda, em Brasília.