Num documento de quase quarenta páginas que foi entregue no início da tarde de hoje (12) ao governador Silval Barbosa (PMDB), o presidente da Agecopa, Eder Moraes, formalizou o pedido de desligamento do diretor de Infraestrutura da agência, Carlos Brito.
No texto, Eder faz um relato sobre a postura “desagregadora” de Brito que, segundo ele, não estaria somando para a execução das metas traçadas para a realização da Copa do Pantanal.
No documento, segundo fonte do Palácio Paiaguás, Eder também afirma que Brito não estaria apresentando a produtividade adequada e, reiteradas vezes, descumpriu determinações da presidência (como desrespeitar a Portaria nº 14/2001, que especifica que só o presidente da Agecopa é o responsável pela comunicação institucional).
“O relato mostra um clima de total desarmonia entre os dois, e que isso pode comprometer seriamente o projeto Copa do Mundo”, disse a fonte.
Eder Moraes também explica ao governador porque baixou, na semana passada, outra portaria tirando autonomia da diretoria de infraestrutura em relação a obras importantes relacionadas à Copa. Ele sustenta que tomou a decisão para que as obras não sofram “solução de continuidade”.
O ofício do presidente da Agecopa, que foi revisado pela Procuradoria Geral do Estado, já que envolve um servidor com status de secretário de estado, diz ainda que Brito contrariou diretrizes de governo e expôs, desnecesariamente, a imagem de Silval Barbosa.
“Lealdade”
Na conversa, que durou cerca de 40 minutos, Silval reclamou a Eder da exposição negativa na imprensa gerada pelos desentendimentos. Eder concordou, mas se defendeu, dizendo que a origem dos desgastes partiu, em todas as ocasiões, exclusivamente de Brito.
Eder Moraes ainda se valorizou perante o governador, fazendo um histórico de sua atuação no governo nos últimos anos. “Ele falou da sua lealdade e do compromisso que sempre teve por onde passou. E pediu que Silval comparasse a história de cada um: dele e de Brito”, disse a fonte.
Segundo apurou a reportagem, Silval Barbosa não deve ter dúvidas quanto à necessidade de afastamento do diretor Carlo Brito. Agora, caberá ao governador encaminhar o pedido de desligamento à Assembléia Legislativa. Se obtiver 16 votos a favor do pedido (um terço), Brito estará oficialmente fora da agência.