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Duas testemunhas de acusação voltam atrás e negam denúncia contra prefeito

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O juiz membro do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso José Zuquim Nogueira e o procurador regional eleitoral em substituição, Thiago Lemos de Andrade, ouviram hoje à tarde, quatro testemunhas de acusação no processo que apura a suposta compra de voto praticada pelo prefeito reeleito de Barão de Melgaço, Ibson da Silva Leite, nas eleições de 2004.

Na audiência, que contou com presença do prefeito e seu advogado, duas testemunhas entraram em contradição com os primeiros depoimentos prestados à Polícia Federal e à Promotoria do município no dia 20 de outubro de 2004, e negaram a acusação contra Ibson Leite.

Zuquim marcou para o dia 7 de março a próxima audiência para ouvir mais quatro testemunhas de acusação que não haviam comparecido à audiência e as três testemunhas de defesa arroladas por Ibson.

DEPOIMENTOS – A primeira testemunha Carlito Modesto confirmou ter recebido R$25 reais do candidato a vereador que disputava a reeleição, mas negou a primeira versão de que o mesmo candidato também havia oferecido a quantia de R$30 reais para que ele e sua família votassem em Ibson Leite.

Questionado por Zuquim, o depoente disse reconhecer sua assinatura no primeiro depoimento, mas que desconheceria o trecho da declaração em que ele afirmava ter recebido dinheiro para votar em Ibson. Mesmo afirmando ter recebido dinheiro do vereador em troca de voto, a testemunha disse não ter votado nos candidatos.

Carlito disse ainda que a iniciativa de prestar a denúncia foi sob a orientação do candidato a prefeito adversário João Batista, e que ele não trabalhou na campanha do adversário, mas que seus familiares sim. Devido a contradição na denúncia o procurador Thiago questionou se a presença do prefeito na sala de audiência o intimidaria ou se ele não tinha sido esclarecido das consequências por prestar falso testemunho. Diante da contradição o procurador solicitou cópia do depoimento para devidas providências.

A segunda testemunha ouvida, Lindomar Pedro da Silva, que declarou ser servidor concursado na prefeitura no cargo de agente de sáude, e que tomou posse há apenas três meses, negou integralmente o primeiro depoimento de que Ibson havia comparecido à sua residência propondo ajudá-lo com um kit de material de construção em troca de seu voto e de seus familiares.

Na denúncia Lindomar disse ter recebido o material prometido e o mesmo teria sido entregue por “secretários da prefeitura” cinco dias após o pleito e de que mesmo assim não havia votado em Ibson. Na audiência Lindomar negou a acusação inicial dizendo que foi o candidato adversário João Batista que o procurou para fazer a declaração falsa, sob a promessa de que ele receberia um cargo na prefeitura caso Ibson fosse cassado por compra de voto. A testemunha afirmou ainda que João Batista garantiu que a denúncia não traria nenhum problema para ele e que a “causa estava ganha”. Embora tenha negado a declaração inicial o agente de saúde reconheceu sua assinatura no documento.

Já a terceira e a quarta testemunha Sebastião Domingos Gonçalves e Algemir da Silva Pinho confirmaram a denúncia de compra de voto. Sebastião disse que foi procurado por Ibson em julho de 2004. Ibson teria oferecido R$400 reais e o pagamento do conserto de seu veículo que na época estava na oficina mecânica, em troca de votos em seu favor e também para um candidato a vereador. A oferta seria extensiva a ele e a seus familiares. Segundo o depoente o próprio Ibson teria feito o pagamento do conserto de seu carro. Ele também declarou ter trabalhado na campanha do candidato adversário e não ser inimigo do atual prefeito.

O procurador Thiago questionou Sebastião pelo fato das duas testemunhas que prestaram depoimento anteriormente terem mudado o depoimento. Segundo Sebastião ele teria “ouvido” rumores na cidade de que o agente de saúde iria mudar o depoimento em troca de um emprego na prefeitura mas que não teria como provar essa informação, e não sabia dizer se Lindomar estaria trabalhando na prefeitura como concursado ou contratado.

Já Algemir Pinho, que declarou não ter trabalhado na campanha de nenhum candidato, confirmou ter sido procurado por Ibson e sua esposa que ofertaram a ele materiais de construção. Segundo ele cinco dias após o pleito o kit contendo 500 tijolos, cinco bolsas de cimento, uma porta, uma vaso sanitário e telhas. Segundo Algemir o contato com o prefeito foi intermediado pela patroa de sua irmã que trabalhava como diarista e ganhava R$10 reais por dia. A visita de Ibson em sua casa teria concluído a negociação iniciada pela Fátima, patroa de sua irmã e que teria contato com a esposa de Ibson. Fátima será intimada a pedido do procurador a prestar depoimento na próxima audiência.

O proprietário da empresa de material de construção denominado “Nilton” disse nos autos que recebeu a quantia paga em dinheiro e a vista efetuada pela irmã de Algemiro e não pelo prefeito. O depoente disse que sua irmã pelo rendimento que percebia como diarista não teria condições de fazer tal aquisição.

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