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Disputa à prefeitura de Várzea Grande tem 11 pré-candidatos

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A disputa à prefeitura de Várzea Grande está polarizada entre 11 pré-candidatos que dividem as atenções no DEM, PMDB, PSD, PT e PV. No cenário indefinido, principalmente sobre as corridas internas, são postos nomes de políticos experientes, como o do senador Jayme Campos (DEM) e do secretário de Estado das Cidades, Nico Baracat (PMDB). Nesse campo, o prefeito Sebastião Gonçalves (PSD), nome natural da sigla para concorrer às eleições entra no páreo com um quadro à parte de "novos nomes" que promete fazer a diferença na hora de apresentar as propostas de gestão para o segundo maior município do Estado em número populacional, 255.448, segundo Censo IBGE.

Com a terceira maior economia de Mato Grosso, Várzea Grande, conhecida como "Cidade Industrial" leva a pecha (revivida de tempos remotos) de "cidade dormitório". Apesar da evolução estagnada, o município pode se recompor, caso consiga eleger um representante com pulso suficiente para "transformar" a cidade ou "dar uma guinada", como analisa o advogado e político, Luiz Soares.

Ele destaca o panorama pouco alentador da cidade, com baixa auto-estima em razão de um desenvolvimento engessado com raízes em várias administrações públicas. Cita o enfraquecimento da economia no município, que leva uma parcela considerável da população a encontrar melhores oportunidades no mercado de trabalho de Cuiabá, delegando à capital mato-grossense a tarefa de assumir o ônus em vários setores, como o da saúde e o da educação.

Neste aspecto, Luiz Soares reconhece a necessidade de a população ter a opção de eleger uma nova via, que na opinião dele, pode ser exemplificada na figura do jovem político. Júlio Neto (DEM), filho do deputado federal Júlio Campos, entra na lista das possibilidades porque é ligado à juventude da cidade e ganha pontos quando levadas em consideração as "novas ideias" para a gestão de Várzea Grande. "Apesar de uma linhagem histórica de políticos, percebo nele e em conversas, até pela idade, uma possibilidade. Mas será preciso assumir a mudança, ter a visão e fazer acontecer", disse.

Nova via – Júlio Neto é aventado para assumir o projeto próprio do Democratas, junto com Wilson da Silval Oliveira, o Wilson da Grafitte, empresário do município. O nome de Jayme surge como bandeira interna, mas o senador resiste ao pedido, com mandato no Senado a ser concluído em 2014, e com opção de liderar corrida ao governo. Ciente da oportunidade, Júlio já deu início a um programa macro, onde pretende pontuar o lema de "planejamento" a longo prazo. Promete tirar a cidade do ostracismo a partir de planos como a implementação de veias como a tecnológica.

Mas Luiz Soares alerta que Várzea Grande só sairá da posição nada alentadora, quando o assunto é desenvolvimento, se o representante conseguir imprimir na prática, os projetos. E o desafio parece ser grande. "Várzea Grande não tem saúde pública, as unidades que chamam de policlínicas são ambulatoriais, não tem serviço de pronto-atendimento. A cidade praticamente não tem PSF"s (Programa de Saúde da Família)", disparou, ao frisar que é difícil administrar a cidade que precisa de um prefeito que "reanime e reaja" aos obstáculos.

Força do partido – No entendimento dele, o papel institucional do partido não se coloca como ponto principal para a definição do vencedor nas urnas. E apesar do reconhecido peso político de Jayme, Luiz não aposta na transferência de votos, ou seja, poderá assumir a Prefeitura um candidato capaz de projetar nos eleitores a ideia de uma via opcional para resgatar o desenvolvimento econômico e social. "Acho que o Jayme Campos é um líder forte mas é evidente que não transfere. A única exceção foi o ex-presidente Lula com a Dilma Rousseff, mas o Júlio Neto terá que ter garra e liberdade pra fazer um compromisso ousado", pontuou.

Mesmo com as discussões cada vez mais emblemáticas no Congresso Nacional, para assegurar a importância do partido em termos de valor institucional, fica cada vez mais evidente que a escolha dos eleitores se dá mais pelo perfil do candidato do que propriamente, pelas propostas implementadas pelas legendas. A Reforma Política, em tramitação no Congresso, poderá assegurar alterações nesse sentido.

Empresários – Para Luiz Soares, o perfil de empresário que adentra no campo da política não deverá assegurar um campo de vantagem sobre os demais candidatos. "O interesse público não é o empresarial. É preciso pensar no coletivo. Acho que a população de Mato Grosso já acordou, porque acreditar que só porque é empresário a gestão será melhor é uma falácia", cutucou ao citar a gestão do ex-governador Blairo Maggi (PR), arranhada por escândalos como o do suposto superfaturamento de maquinários, da ordem aproximada de R$ 44 milhões, em vias de investigação. "A máscara cai quando a roda da história segue", alfinetou.

No rol de empresários surgem pré-candidatos como o do PV, Danilo Batista, militante que poderá assumir a liderança de chapa da sigla que até hoje, nunca esteve no comando do Paço Couto Magalhães. Mas o partido ensaia frentes, aventando inclusive a chance de lançar chapa pura. O PT escolhe o líder da chapa majoritária tendo os nomes da professora e líder sindical Maria Aparecida Cortez e o médico Alencar Farina.

Costuras – O PMDB, que tem o nome de Nico Baracat como uma das melhores opções, encontra barreira na proposta em razão de ele comandar a pasta estadual das Cidades, no domínio de grandes projetos delineados para Mato Grosso, o que gera obstáculos para que aceite a missão. Nesse sentido, aventa nomes como o do procurador João Virgílio, o deputado estadual Walace Guimarães (que já disputou à prefeitura) e ainda do empresário Allan Zanatta, que chegou a ser cobiçado por legendas como o PR.

Nas discussões sobre a melhor saída para Várzea Grande, o prefeito Sebastião Gonçalves tenta imprimir, até o fim da gestão, mudanças administrativas capazes de garantir no mínimo, o equilíbrio fiscal e financeiro da cidade. A gestão, que amargava déficit mensal de aproximadamente R$ 4 milhões, com redução para cerca de R$ 2,7 milhões, ainda passa por sérios problemas, como na área da saúde, com um quadro piorado face a atrasos de repasse de verba estadual. Tenta apoio dos governos federal e estadual para resolver o fluxo pouco otimista da receita própria, mas tem pela frente um árduo caminho, já que as eleições ocorrem neste ano.

De plantão, as demais legendas desenham projetos e miram sobre a gestão de Sebastião críticas ferrenhas, que começam desde já a ser utilizadas como estratégia para convencer o eleitor sobre a urgência de mudanças no comando da administração da máquina pública. Nesse enredo, Luiz Soares lembra: "é preciso partir para o corpo a corpo e mostrar a que veio".

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