A direção regional do PT, sob o comando de Ságuas Moraes, se reúne no próximo dia 29 num encontro que deverá ser decisivo para a ex-senadora Serys Marli, do mesmo partido. Na data, entrará em pauta o relatório da Comissão de Ética, que prevê a expulsão dos quadros da ex-parlamentar e uma das principais líderes políticas da sigla no Estado.
Prevendo um racha ainda mais emblemático no partido, Ságuas tentará amenizar a fúria das correntes ligadas ao desafeto de Serys, o ex-presidente regional, Carlos Abicalil. Fará defesa pelo abrandamento da pena dela e ainda de outros militantes considerados fortes na sigla, também alvo da comissão, vereador Lúdio Cabral e a ex-deputada estadual Vera Araújo.
O diretório é composto de 47 membros, a maioria apoiadores de Abicalil. Serys conta com respaldo de líderes da nacional do PT além de históricos do partido, como Gilney Viana. Caso seja referendado pelo diretório regional o pedido de expulsão, a ex-parlamentar tem chances de reverter o quadro com esperado aval da nacional da sigla. Nesse cenário, Ságuas tentará evitar um enfrentamento ainda maior temendo os reflexos para as eleições municipais de 2012.
Ele terá que se esforçar para alcançar a meta de unificar o partido. Em Mato Grosso, Abicalil ainda mantém forte movimento de acirramento em relação a Serys. Apesar dos trabalhos desenvolvidos por Ságuas, o partido ainda não conseguiu encontrar um denominador em comum quando o tema é "paz" interna. Militantes ligados ao ex-dirigente partidário atuam no sentido de desfiliar a ex-senadora.
Mesmo que ela consiga permanecer na legenda, é quase certa a continuidade do imbróglio. A situação fica ainda mais delicada considerando o potencial eleitoral dela, cotada para liderança de chapas majoritárias em Cuiabá e Várzea Grande. Diante do panorama, ela tem evitado enfrentamento direto com o atual presidente.