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Dinheiro apreendido no caso dos “aloprados” passa para a União

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O juiz federal Paulo Cézar Alves Sodré determinou a perda de R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil apreendidos com os “aloprados” em 2006, quando eles negociavam a compra de um falso dossiê contra candidatos tucanos. De origem e propriedade ainda inexplicadas, os recursos estão depositados em uma conta da Caixa Econômica Federal (CEF) há quase 6 anos à espera de alguém que se apresentasse como dono. Com a decisão do magistrado, o dinheiro será apropriado pela União e poderá até ser usado em alguma obra filantrópica.

A decisão do juiz foi proferida no último dia 19 e ainda será comunicada às partes. O dinheiro foi apreendido em 15 de setembro de 2006 em poder do ex-policial Gedimar Passos, então ligado ao setor de inteligência da direção nacional do PT e que carregava US$ 139 mil e R$ 410 mil em papel moeda, e Valdebran Padilha, empreiteiro e ex-petista de Cuiabá que detinha US$ 109,8 mil e R$ 758 mil também em espécie. Eles foram presos no hotel Íbis, em São Paulo, o que levou à descoberta da negociata.

O juiz também determinou que, em até 90 dias, seja comunicado o Banco Central para que haja conversão dos dólares em reais. A Caixa Econômica Federal deverá informar o valor atualizado do dinheiro depositado. O montante superará R$ 1,7 milhão. “(…) até a presente data não houve qualquer pedido de restituição de tais valores, ressaltando-se que durante a tramitação do inquérito policial ninguém assumiu a propriedade do bem em questão. Sendo assim, não há óbice em dar-se a perda de tal quantia, já que decorrido quase 6 anos da apreensão sem que qualquer pessoa reclamasse a devolução daquela ou comprovasse cabalmente sua propriedade e origem lícita”, afirma o juiz.

O MPF de Mato Grosso sugeriu realização de uma audiência para definir a aplicação do dinheiro, inclusive com a possibilidade de repassar os recursos para alguma entidade filantrópica. Sobre os dólares, perícia da Polícia Federal apontou que as cédulas eram novas e não tinham circulado no comércio. A suspeita sobre os reais era de que fossem de caixa 2 de políticos.

Uma foto das cédulas sobre uma mesa da Polícia Federal marcou o escândalo que veio a público em 16 de setembro de 2006. O episódio ficou conhecido como “dossiêgate”, já que o valor seria usado para comprar junto à família Vedoin, de Cuiabá, falsas denúncias contra o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. O apelido “aloprados” foi dado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comentar a malfadada tentativa de correligionários em prejudicar adversários na campanha eleitoral daquele ano.

Além da perda do dinheiro, o MPF pediu à Justiça condenação de pessoas ligadas à negociata. Assim como Gedimar e Valdebran, foram denunciados formalmente Expedito Afonso Veloso (então diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil), Hamilton Lacerda (assessor da campanha eleitoral de Aloíso Mercadante ao governo de São Paulo), Jorge Lorenzetti (analista de risco da campanha de Lula em 2006) e Osvaldo Bargas (então coordenador do programa de governo da campanha presidencial do PT). Todos eles foram denunciados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, uso de identidade falsa em operações financeiras e crimes contra o sistema financeiro nacional. Já Fernando Manoel Ribas Soares, Sirley da Silva Chaves e Levy Luiz da Silva Filho responderão apenas por uso de identidade falsa em operações financeiras.

Outro lado
O advogado Roger Fernandes não retornou as ligações de A Gazeta para comentar o assunto. Ele é responsável pela defesa de Valdebran, único aloprado que reside em Mato Grosso.

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