O deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) cobrou do governador Silval Barbosa (PMDB) uma medida “enérgica” contra o secretário de Estado de Meio Ambiente (Sema), Alexander Maia. Em entrevista ao Só Notícias, o parlamentar afirmou que não pode haver um gestor sem comprometimento com um dos principais setores da economia mato-grossense. A “ira” de Dilmar tem apenas um motivo. A publicação de uma portaria, no Diário Oficial, no qual Maia determina a suspensão dos prazos de todos os processos administrativos que tramitam na Sema enquanto durar o período da greve dos servidores. De acordo com o parlamentar, enquanto o setor de base florestal sofre com a paralisação das atividades, Maia estaria em viagem ao exterior e com pouco comprometimento para solucionar o caso. “O secretário emite a portaria devido a greve. Ele nem se esforçou para ajudar a impedir o movimento que está travando a economia da região Norte”.
Dal Bosco ressaltou que todo o setor florestal da região Norte está parado e vários prefeitos de municípios como Feliz Natal e Itaúba o procuraram para reclamar da situação. Ele citou como principal prejudicado pela portaria o município de Marcelândia. “A economia de Marcelândia é baseada em 70% a 80% no setor florestal. Como estas pessoas vão viver. Não é só as madeireiras, o comércio depende do setor que movimenta a cidade inteira. Já tem gente fechando as empresas e demitindo os trabalhadores na região. Esta situação é prejudicial ao Estado. Com o fechamento das empresas, o governo arrecada menos”, declarou, ao Só Notícias.
A principal critica do parlamentar se dá devido aos meses de entre junho a agosto serem os melhores para a prática do extrativismo florestal, pois é o período de seca. A falta de emissão do projeto de manejo pode resultar no desabastecimento em massa das indústrias madeireiras em Mato Grosso. “Já havíamos conversado com o governador para montar uma força tarefa e agilizar os planos de manejo já visando este período, que é o melhor momento para o setor. Mas agora com este decreto ficou tudo muito difícil”.
O plano de manejo que é emitido pela Sema é necessário para que os empresários possam praticar o extrativismo florestal legalmente. Em Mato Grosso há aproximadamente 1,2 mil indústrias madeireiras, gerando cerca de 160 mil empregos diretos e indiretos.