A crise no PR nacional, com parte da bancada na Câmara Federal estremecida com a presidente Dilma Rousseff (PT) e o quadro político estadual, ainda sem definição de candidatura de consenso para a corrida ao governo, colocam o senador Blairo Maggi em uma saia-justa diante de seu compromisso com a nacional petista. Esse cenário deverá transformá-lo no principal escudo do PT para apaziguar ânimos de republicanos, distanciando de vez qualquer chance de ele vir a apoiar o pré-candidato da oposição em Mato Grosso ao governo, senador Pedro Taques (PDT), como esperam líderes de seu partido, caso do deputado federal Wellington Fagundes.
Fonte do PR assegura ser imperativo o pedido de Dilma feito a Maggi na última sexta-feira, durante inauguração do terminal de grãos Bunge, no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (Pará), para que não valide o projeto de Taques diante de sua posição endurecida sobre ações a cargo do governo federal.
Foi nesse contexto de insatisfação com Taques que a presidente também se reportou ao megaempresário Eraí Maggi, lembrando a impossibilidade de o PT caminhar com o PDT no Estado. Essa situação o levou a recuar dos planos de assumir a vice do senador pedetista nas discussões entre o PP e o PDT.
A seara é tão conflitante, que Maggi reavaliou sua participação na reunião do Fórum de Partidos governistas, realizada na noite de ontem, com condução de republicanos. O senador prefere ficar em campo independente, por enquanto, evitando imposições das legendas aliadas para que assuma a liderança de projeto próprio.
Em reunião realizada na manhã de segunda-feira (28), Wellington e o secretário-geral do partido, deputado estadual Emanuel Pinheiro, tentaram convencer Blairo Maggi a analisar uma aproximação com o PDT de Taques. Nesse panorama, Wellington conseguiria dar musculatura ao projeto de disputar vaga ao Senado. Maggi teria frisado aos parlamentares sua compreensão com o pedido, ressaltando mais uma vez que não disponibiliza seu nome para a cabeça de chapa majoritária, mas frisando a necessidade de “continuar avaliando o quadro”, em razão do pedido da presidente Dilma Rousseff para que apoie seu projeto à reeleição. Em outras palavras, Maggi está em uma posição no mínimo delicada, porque tem ciência do peso de seu compromisso com Dilma e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num campo em que não cabe Taques.
Dilma teria confessado, ainda segundo fonte, para Maggi sua insatisfação com a decisão de Taques de fazer parte dos defensores da CPI para investigar a Petrobras. A postura endurecida do senador pedetista promoveu ainda mais desconforto no PT quando ele reforçou representação na Procuradoria Geral da República, para que Dilma seja investigada no episódio da compra da refinaria Pasadena Refining System Inc. (PRSI), pela Petrobras, em 2006. Ontem, havia rumores no PR de que Pedro Taques também avalia pedido de investigação de gastos da presidente da República em cartão corporativo. A assessoria de imprensa do senador negou conhecimento sobre essa ação.
No último fim de semana, ao participar do jogo entre o Luverdense e o Vasco, na Arena Pantanal, Maggi admitiu que a pressão do PT nacional está aumentando e que teria novamente refutado a ideia. Mesmo assim, ele deixa nas entrelinhas que está reavaliando o processo do embate eleitoral, que só será definido em junho, no período das convenções