O vereador Deucimar Silva (PP) confidenciou a alguns parlamentares que não assumirá vaga de suplente de deputado estadual. O comunicado põe fim aos rumores de que ele renunciaria à cadeira na Câmara de Cuiabá em definitivo, requisito necessário para migrar mesmo que temporariamente para a Assembleia Legislativa.
Deucimar fez o comunicado após o fim da sessão plenária de ontem. Ele decidiu ficar na Câmara e recusar a vaga aberta com a licença do deputado Airton Português (PSD) após conversar com dirigentes estaduais do PP. "O nosso partido entende que é bom termos pelo menos um representante na Câmara de Cuiabá e, por isso, devo continuar no mandato", afirmou o vereador.
A possibilidade de migrar para Assembleia causou polêmica por vários fatores. Primeiro porque a vaga aberta vem sendo disputada pelo PP na Justiça, já que os titulares foram eleitos pela sigla, mas migraram para o PSD no ano passado. Além de argumentar que as cadeiras são da agremiação e não dos políticos, Deucimar teria que renunciar em definitivo na Câmara para ficar por apenas alguns dias, pois Português se afastou para tratar de assuntos particulares, podendo retornar a qualquer momento.
Outro ingrediente para a polêmica se deve à tese de que se não assumisse vaga na AL em até 45 dias Deucimar perderia a condição de suplente. O vereador se apega ao artigo 55 do Regimento Interno da Assembleia. Ele prevê a possibilidade da recusa temporária e convocação do suplente imediato sem prejuízo. Foi isso que garantiu ao suplente Aray Fonseca (PSD) descartar posse em favor de um rodízio para beneficiar Washington José na vaga de Luiz Marinho (ambos do PTB).
A permanência de Deucimar foi anunciada poucos dias depois da Câmara arquivar uma CPI que investigou envolvimento do vereador com superfaturamento na reforma do prédio do Legislativo na ordem de R$ 1,1 milhão. Ele chegou a ser acusado de articular a ida para a AL como forma de fugir de uma eventual cassação.