Sete criminosos perigosos que integram grupos de assaltos a banco tentaram fugir na madrugada de domingo da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. A ação orquestrada, visando resgatar os criminosos, contou inclusive com um blecaute total de energia elétrica, que deixou a penitenciária às escuras por alguns minutos, até que o gerador fosse ligado. Os assaltantes, que foram vistos no telhado, tiveram que abortar a fuga e foram localizados dentro da unidade, horas depois, após uma revista minuciosa. O grupo é composto, na sua maioria, pelos criminosos que em julho de 2010 assaltaram uma agência do Banco do Brasil em Nova Mutum (264 km ao norte de Cuiabá), onde aterrorizaram funcionários e clientes e feriram 2 pessoas a tiros.
Segundo Jean Carlos Gonçalves, diretor da penitenciária, os criminosos ocupavam o cubículo 9, no raio 3, e deixaram a cela ao cerrarem as grades. Logo após o blecaute, por volta das 2h, quando as luzes do gerador foram acesas, o grupo foi visto no telhado e foi dado o alerta por policiais da torre e agentes penitenciários. Foram dados 14 disparos de alerta, fazendo com que os criminosos descessem e tentassem se esconder em outros setores do prédio, onde foram localizados em seguida. Os presos que tentaram fugir são Paulo Alves de Souza, Severino Rodrigues da Silva, Bruno Saraiva Mota, Edson Pereira Rosa, Jackson Alves da Silva, Anderson Cavalcante de Souza e Emerson Felipe Alves. Todo o grupo foi para o castigo e não teve direito a visita no domingo.
A ação foi orquestrada e o grupo tinha apoio externo, acredita o diretor. Estas pessoas, com certeza, provocaram o blecaute na região e estariam do lado de fora, dando o suporte ao grupo depois que conseguisse passar pelos muros externos. Apesar do alerta imediato e rondas externas, ninguém foi preso.
Segundo o delegado Luciano Inácio da Silva, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), os criminosos são de alta periculosidade e integram uma quadrilha nacional, da modalidade "Novo Cangaço", que atua em todo o país em assaltos violentos a bancos. Assegura que Paulo Souza, Bruno e Jackson participaram de mais de um assalto violento nos últimos anos aqui em Mato Grosso. Parte do grupo foi preso depois de ficar escondido na mata por vários dias.
Mutum – Neste roubo os marginais entraram no banco, que fica na avenida principal, por volta das 7h da manhã. Eles chegaram em 2 veículos. O grupo estava armado com fuzis de mira telescópica, submetralhadoras, escopetas e pistolas. Todos usavam colete a prova de balas e colocaram as pessoas na frente do banco, formando um escudo humano.
Na fuga, os ladrões colocaram 6 reféns na carroceria da S10 e saíram em alta velocidade até a MT-239 e liberavam os reféns aos poucos, entre as trocas de tiros com policiais militares da região.