A desembargadora Maria Helena Póvoas reiterou ontem à tarde que motivos de ordem ética, moral e processual a levaram a declarar-se suspeita para julgar o recurso do ex-governador Dante Martins de Oliveira, na Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça. O recurso do ex-governador é contra a decisão de primeira instância que o condenou por irregularidades em contrato firmado entre a Secretaria Estadual de Comunicação e a empresa de propaganda DMD, em 1996.
“Sinto-me distante do caso, mas para que não paire dúvidas sobre a decisão e sobre o Judiciário, considero mais indicado que o processo seja redistribuído a outro membro da Turma Recursal”, afirmou a desembargadora. Ela foi casada com Hermes Gomes de Abreu, que foi secretário de Justiça do governo de Dante de Oliveira e arrolado e ouvido como testemunha de defesa do ex-governador. Em juízo, Hermes de Abreu declarou que, como secretário de estado, compartilhou de todas as ações do governo Dante com a equipe.
Regimentalmente, a desembargadora só teve acesso aos autos quando pediu vistas ao processo na semana passada, durante sessão da 2ª Câmara Cível.