Com o firme propósito de contribuir para o combate à corrupção, o desembargador Márcio Vidal tomou posse como presidente Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, hoje, conclamando os eleitores a assumir o protagonismo de sua história. "O eleitor precisa e deve escolher seus representantes com o seu voto consciente e responsável, na busca de salvaguardar o Estado Democrático de Direito, assegurando um país viável, justo, administrável, respeitoso, competente, eficiente no atendimento aos seus cidadãos. Para tanto, urge que os eleitores assumam não só a responsabilidade pela escolha correta dos seus representantes, como também atuem no cotidiano dos órgãos públicos e representativos, no controle permanente a ser exercido no dia a dia, sempre e sempre, para legar às novas gerações uma sociedade mais justa".
Ao falar dos problemas sociais do país, o desembargador Márcio Vidal ressaltou a necessidade de se investir maciçamente na educação pública, visto que o contingente populacional fora da escola formará a maior parte da população carcerária. Mas ressaltou que, nem sempre, a escolarização afasta a prática de ilicitude, citando como exemplo o vasto rol dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato. E mais uma vez colocou o eleitor como protagonista da história. "O que tem o eleitor a ver com isso? Tudo. Uma má escolha no plano político resulta em prejuízos de toda ordem, muitos de difícil e demorada reversão, porque o tempo não volta. O critério a ser usado pelo eleitor, ainda que passe pelo ponto de vista ético e moral, implica contemplar um projeto de sociedade. Qual a sociedade que queremos? Esta é uma escolha política. A escolha é de responsabilidade do cidadão eleitor. Cabe a ele assumir essa responsabilidade com as futuras gerações".
Na mesma sessão solene, tomou posse como vice-presidente e corregedor o desembargador Pedro Sakamoto. Assim como o desembargador Márcio Vidal, o desembargador Pedro Sakamoto também destacou a importância do controle social no combate à corrupção. "A improbidade administrativa, a malversação do erário, o abuso do poder político e econômico, o 'caixa dois' e a captação ilícita de sufrágio, dentre outras máculas perpetradas por quem ignora seu compromisso com a coisa pública, fazem-nos caminhar a um perigoso estágio de ruptura democrática, colocando em xeque direitos e garantias fundamentais. Por isso, nas eleições gerais que se avizinham, mais do que nunca, devemos permanecer vigilantes para práticas dessa natureza, atentatórias que são à própria coesão do tecido social. Por outro lado, é necessário conclamar a população a exercer seu dever cívico de não apenas comparecer às urnas a cada dois anos, mas de se envolver no debate político, de pesquisar a fundo o histórico e as propostas de cada candidato, de não se deixar persuadir por meras figuras carismáticas ou por simples promessas de campanhas demagógicas e imediatistas, de se preocupar com o bem-estar das gerações vindouras ao analisar os programas e de fiscalizar diuturnamente a atuação dos eleitos".