Não foi adiante no Tribunal de Justiça de Mato Grosso a interpelação judicial proposta pelo vice-governador Carlos Fávaro (PSD) contra o prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS). Ontem, o desembargador Alberto Ferreira de Souza mandou arquivar o caso que tramitava no pleno do tribunal, há dois meses. A ação foi motivada por uma rusga política na qual Percival acusou Fávaro de “comprar” filiações para fortalecer a sigla socialdemocrata que estava às mínguas depois que o seu fundador em Mato Grosso, o ex-deputado José Riva, deixou a política no final de 2014.
O desentendimento ocorreu no começo de abril deste ano quando Percival Muniz acusou Renancildo França, o 'Cotia', assessor do vice-governador de oferecer dinheiro para que vereadores do município que faziam parte de outras legendas a aderissem ao PSD, no momento em que estava liberada a 'janela partidária'. Fávaro reagiu à acusação, negou comprar apoio de parlamentares e disse processaria o prefeito de Rondonópolis.
No Tribunal de Justiça, o caso ficou sob relatoria do desembargador Alberto Ferreira. Ele abriu prazo para Percival se manifestar e responder os questionamentos e depois da resposta do gestor, o magistrado determinou que Carlos Fávaro seja notificado sobre o teor da argumentação de Muniz. Após, isso será dada baixa nos autos e o caso arquivado. Os argumentos de Percival não foram anexados ao processo no site do Tribunal de Justiça.
Na época da desavença, o vice-governador viajava por vários municípios do interior de Mato Grosso em busca de novos filiados para fortalecer o PSD que estava às mínguas depois que Riva deixou de presidir a legenda. À época, os deputados Gilmar Fabris e Janaina Riva já tinham anunciado que deixariam o partido.
Com a decisão de Carlos Fávaro, que assumiu a presidência do partido em setembro de 2015, de buscar novos nomes e levar o PSD para a base governista de Pedro Taques (PSDB), Gilmar Fabris recuou e permaneceu na legenda enquanto Janaina mudou para o PMDB.