O ex-secretário estadual de Administração, advogado Francisco Faiad, deve sair da cadeia nas próximas horas. O desembargador Pedro Sakamoto concedeu, esta noite, liberdade para o advogado que está preso, há seis dias, acusado de suposto envolvimento em irregularidades em contratos na secretaria e desvios de recursos para campanha eleitoral. O desembargador fixou fiança de R$ 192 mil para Faiad pagar e conseguir liberdade. Esse montante seria, supostamente, o desviado nas fraudes na secretaria, em contratos com um posto e uma empresa no setor de informática.
O desembargador decidiu que, "o mero exercício da profissão de advogado, ainda que patrocinando a defesa de outros réus investigados na mencionada operação, jamais poderia conduzir à conclusão de que o paciente oferece perigo ao deslinde da persecutio criminis, mormente à míngua de qualquer indício no sentido de que tenha acobertado ou fraudado provas, coagindo testemunhas, etc", sentenciou Sakamoto, ao divergir da decisão da juíza Selma Arruda. Faiad é advogado de alguns investigados na operação Sodoma.
Ele está preso em um batalhão dos bombeiros. Preso na operação Sodoma 5, ele ficou em uma ala do centro de custódia da capital e, atendendo pedido da defesa, a justiça decidiu transferi-lo.
A justiça também expediu novo mandado de prisão para o ex-governador Silval Barbosa, seu ex-chefe de Gabinete, SIlvio Araujo e do ex-secretário adjunto na secretaria de Infra-estrutura, Valdísio Viriato.
A juíza cita que no "período em que Francisco Faiad integrou a organização criminosa", iniciando em 11 de janeiro de 2013, na condição de secretário de Estado de Administração, na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), ocorreu, por meio da empresa Marmeleiro Auto Posto Ltda, o desvio de dinheiro público na ordem de R$ 1,7 milhão. A magistrada considera que o dinheiro serviu para o pagamento de dívida da campanha eleitoral de 2012.
A magistrada cita ainda o desvio de mais R$ 916,875, ou seja, aproximadamente R$ 1 milhão para "formação de um caixa da futura campanha eleitoral do grupo político de Silval Barbosa no ano de 2014", quando Faiad tentou eleger-se deputado.
Sobre a verba de combustível, era "criminosamente" registrada na SAD como se estivesse sendo aplicada realmente nisso. Mas "o que consta é que o consumo não ocorria".
(Atualizada às 21:28h)