A oitiva do ex-secretário de Estado, Alan Zanatta (PMDB), na CPI da Sonegação Fiscal foi marcada por troca de acusações entre os deputados estaduais Pery Taborelli (PV) e Wilson Santos (PSDB), que levou o presidente da comissão, José Carlos do Pátio (SD) a suspender a reunião. “Foi profundamente constrangedor”, disse Pátio acerca do episódio.
Taborelli deixou a reunião acusando o tucano de “proteger bandidos”. Para ele, Santos estaria protegendo a testemunha das perguntas que ele pretendia fazer. “Comissão não é para proteger ninguém e sim para apurar os fatos reais, o que aconteceu com essa quadrilha comandada pelo senhor Silval Barbosa (PMDB) e seus parceiros criminosos”.
Ele foi o primeiro a se inscrever para questionar o empresário, alegando que tinha compromisso em seguida, mas Santos, por ser membro titular da CPI, que justificou a pressa sob os mesmos argumentos, adiantou-se em iniciar as perguntas, fazendo com que o deputado do PV perdesse a paciência. “Aqui não é quartel”, ponderou o tucano, quando interpelado por Taborelli.
Segundo Taborelli, o ex-secretário teria sido beneficiado com doação de áreas em Várzea Grande nas gestões de Wallace Guimarães (PMDB) e do vereador Maninho de Barros (PSD), enquanto interino. “Doaram terras e um dos beneficiários foi o senhor Alan Zanatta, que já praticava crime de facilitação de recebimento de presentes e não mudou em nada pelo que estou vendo de sua atitude no Estado, quando secretário”.
Santos deixou a sala sem se manifestar sobre o ocorrido. O ex-secretário preferiu não comentar as acusações feitas por Taborelli. “Basta perguntarem em Várzea Grande sobre a reputação dele e a minha. Se ele tem tantas coisas contra mim, basta denunciar e provar”.