O anúncio sobre a candidatura à reeleição do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Guilherme Maluf (PSDB), pegou alguns parlamentares de surpresa e causou reações até mesmo naqueles que apoiaram sua eleição na disputa que saiu vencedor. É o caso do deputado Dilmar Dal’ Bosco. “Combinado não sai caro”, avalia o democrata, ao argumentar que a atual Mesa acordou que não haveria candidaturas à reeleição. “Se o primeiro secretário vira presidente e o presidente vira secretário aí nós estaremos fazendo a mesma coisa que as legislaturas passadas e isso não é bom para o Parlamento. Precisamos discutir essa questão de reeleição com mais firmeza, pois há bons nomes para substituir Maluf. Além disso, ainda estamos em março, há muito tempo pra falarmos desse assunto lá pro futuro”. Eduardo Botelho (PSB), que articula formar chapa com o tucano, foi o que mais ficou irritado com a possível candidatura. No mesmo sentido, a maioria do Parlamento prega que é necessário uma “oxigenação” na presidência.
A decisão de Maluf irritou Botelho, que argumentou que é necessária a alternância no poder. “A decisão do Maluf me pegou de surpresa, assim como todos. Mas acredito que é imprescindível que haja no Parlamento matogrossense, mudanças nas lideranças. Isso oxigena a Assembleia e dá bons frutos”, argumentou. Além disso, o deputado não acredita que seja necessário que a eleição para Mesa seja adiada para o fim do ano, como foi cogitado na AL. “Não se pode mudar as regras do jogo com ele em andamento. Não devemos adiar a votação para a escolha do novo presidente e eu estarei trabalhando para concretizar minha candidatura”.
Além de Botelho e Maluf -que estão no páreo para assumir a presidência do Parlamento Estadual – o deputado Emanuel Pinheiro (PMDB) também irá buscar apoio para tentar chegar à presidência. “Esse é um desejo dos deputados, que haja uma alternância. Eu estou trabalhando para concretizar esse sonho, pois minha meta é alcançar a presidência da Assembleia”. O deputado pontuou que a Assembleia precisa se fortalecer e ter independência dos demais poderes. “Fui convocado para assumir esta missão pelos meus colegas e isso é o que a Assembleia precisa, neste instante, de independência e força. Eu vou procurar harmonizar a relação entre os demais poderes, mas quero que a o Legislativo tenha total autonomia”.
Oscar Bezerra (PSB) e Wilson Santos (PSDB) também disseram que é necessária uma oxigenação no poder. Santos chegou a dizer que o colega tucano poderá ter todos os votos da casa exceto o seu, pois não acredita na reeleição. “Precisamos de sangue novo, de alternância no poder. Por isso eu apoio o colega Guilherme Maluf em qualquer outro posto, exceto da presidência”. Apesar dos três pré-candidatos estarem a “todo o vapor”, alguns pares ainda pregam que está cedo demais para debater as eleições da Casa. “Primeiro precisamos correr atrás das eleições para os municípios. Ainda é cedo para abrir esse debate. Se iniciarmos agora, muita conversa poderá atrapalhar o processo”, disse Silvano do Amaral (PMDB). O pensamento é corroborado por José do Pátio (SD) e Gilmar Fabris (PSD).