As deficiências no setor de saúde pública em Mato Grosso foram criticadas, na sessão da Assembleia, pelos deputados estaduais. O deputado José Domingos Fraga Filho (DEM) lembrou que o custo de uma pessoa à administração pública é “infinitamente” menor do que de um paciente ao Estado. “Isso sem falar na humilhação dessas famílias, no tempo perdido na espera, entre outras coisas que poderiam ser dispensadas”, declarou o parlamentar. Outro ponto questionado por Domingos refere-se a compra de procedimentos considerados simples e que ficam “parados”, com as reais necessidades da população, como exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada que somam uma demanda de 48 mil pacientes na fila de espera.
O deputado Nilson Santos (PMDB) apresentou um projeto de lei que institui diretrizes para o planejamento das políticas públicas de saúde em Mato Grosso. A matéria promete ordenar os recursos e projetos na área, que hoje é uma das mais deficitárias no estado. Walace Guimarães (PMDB) reiterou o posicionamento de Santos e chamou atenção para os problemas no setor, com a leitura de um relatório técnico da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde. No documento lido, existe a constatação que o maior problema dos hospitais regionais, por exemplo, hoje não é o aporte de recursos necessariamente, mas a gestão administrativa dos mesmos.
Walace, relator da CPI da Saúde, falou sobre os investimentos feitos nessas instituições. “É preciso uma análise minuciosa sobre os investimentos necessários nos hospitais e como eles estão sendo administrados. Defendo uma averiguação profunda, mesmo sabendo que apesar de existir sim uma demanda a ser sanada”, disse Walace, lembrando que o período eleitoral não pode interferir nas definições da CPI da Saúde, que apesar dos avanços, esta parada num estágio “inconclusivo”.