Preocupado com a crise que afeta o agronegócio de Mato Grosso, que já produz um reflexo negativo na economia dos municípios, o presidente da Assembléia Legislativa, Silval Barbosa (PMDB) disse que vai convocar, nos próximos dias, o superintendente do Banco do Brasil, Dan Conrado para explicar sobre os recursos existentes e como serão liberados para o custeio da próxima safra. Silval defendeu maior debate sobre a questão e considerou a política de investimento do custeio da safra deste ano como o ponto “estrangulante” de toda a discussão, porque segundo ele, não há uma política definida para o custeio.
“Vamos convocar o superintendente do Banco do Brasil para explicar à Assembléia Legislativa e aos produtores o que realmente há para se investir e como serão liberados os investimentos para o custeio da safra”, assegurou.
A decisão foi tomada após uma reunião com o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), José Aparecido dos Santos (Cidinho) e os prefeitos da região sul de Mato Grosso, ontem, na presidência da Casa. Eles pediram o apoio parlamentar na tentativa de viabilizar medidas que solucionem a crise que afeta o agronegócio da região. Para os prefeitos, a região sul é a mais penalizada porque além da crise cambial, o longo período de estiagem contribuiu para aumentar os prejuízos.
Conforme o presidente da AMM, a região já convive com aumento do número de desemprego, redução da área plantada e inadimplência no comércio. “Viemos mostrar aos deputados a realidade dos municípios porque a crise não foi debelada, muito pelo contrário, ela se agravou ainda mais”, afirmou Santos, ao acrescentar que por causa da questão climática os prefeitos decretaram ´Estado de Emergência´ na região.
Cidinho informou que os munícipes esperam a homologação desse decreto por parte do governo do Estado, para que as cidades possam obter algum benefício e superar as dificuldades. “Viemos colocar de forma clara para os deputados que a crise instalada no estado não foi resolvida. Tivemos o Tratoraço em Brasília e várias promessas foram feitas pelo Governo Federal, mas nada foi resolvido até agora”, afirmou.
De acordo com o prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti (PPS), os 12% previstos no crescimento da arrecadação municipal não serão concretizados e a cidade deve atingir apenas 3%. “Perdemos praticamente 70% do que prevíamos crescer”, lamentou o prefeito. Ele alerta que se o agronegócio tiver dificuldades no próximo ano, como teve neste, o Brasil não viverá essa euforia que tem hoje na economia. Segundo ele, juntando a crise política com a do agronegócio, o Estado terá problemas sociais muito graves. “Queremos apoio, suporte e a classe política junto para superarmos as dificuldades”, mencionou Sachetti.
Da mesma forma, o prefeito de Campo Verde, Dimorvam Alencar Brescacim disse que o município vive o reflexo da crise e sem financiamentos várias áreas não serão plantadas.
Também participaram da reunião, os prefeitos de Primavera do Leste, Getúlio Gonçalves Viana (PFL); de São Pedro da Cipa, Daniel Francisco Faria (PL); de São José do Povo, Florisberto Santos Oliveira (PTB); de Itiquira, Ondanir Bortolini (PFL) e de Alto Garças, Cezalpino Mendes Teixeira Juniori (PFL).