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Deputado Welington doou para campanha mais do que tinha em bens

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O deputado federal Wellington Fagundes (PL), político de Mato Grosso atualmente com mais tempo na Câmara dos Deputados, está de novo no topo de uma lista. Depois de figurar entre os sanguessugas do Congresso Nacional, agora Fagundes aparece como o parlamentar eleito que doou para sua própria campanha eleitoral mais do que o valor total de seus bens declarados à Justiça Eleitoral. Na prestação de contas, o líder dos liberais no Estado apresenta a maior diferença absoluta entre os dois valores: R$ 95,9 mil a mais de doações próprias que o valor de seus bens.

Welington Fagundes encabeça a lista de dez deputados federais eleitos para a próxima legislatura que colocaram dinheiro em suas próprias campanhas eleitorais em valores acima de seus bens declarados. Segundo cruzamento realizado pelo jornal “Folha de S.Paulo”, seis deles são do PT, dois do PMDB, um do PSDB e um do PL. Dois tiveram as contas rejeitadas pelos tribunais regionais eleitorais de seus respectivos estados. A deputada federal reeleita Maria do Carmo Lara (PT-MG) foi a que apresentou maior desproporção entre doação de recursos próprios e patrimônio declarado: 249%.

Reeleito para mais um mandato como deputado federal, Wellington Fagundes foi, dos dez, o que mais investiu em sua campanha: R$ 777,3 mil. Foi também quem mais excedeu, em valores absolutos, o seu patrimônio: R$ 95,8 mil. Os recursos próprios de Fagundes bancaram 77% da campanha. No mesmo caminho seguiram Domingos Dutra (PT-MA), Natan Donadon (PMDB-RO) e Luiz Couto (PT-PB). O deputado estadual maranhense bancou 72% de sua eleição, doando 12,6% a mais que seus bens. Donadon custeou 79,6% da campanha com valores 12,1% acima de seu patrimônio. Couto foi responsável por 69% da arrecadação, investindo 6,5% a mais que seus bens.

Ao justificar o disparate, Wellington disse que houve um erro da contabilidade, que acreditava ter até o final do ano para arrecadar. Quando soube que era até o dia 31 de outubro “foi uma correria só”: “Teve gente até vendendo carro para ajudar”. Pelo menos R$ 20 mil foram emprestados pela Caixa Econômica Federal.

Completam a lista o vereador mineiro Elismar Prado (PT-MG), que doou 18,2% a mais do que declarou (teve contas rejeitadas pelo TRE), e o deputado reeleito José Geraldo Torres da Silva (PT-PA), que investiu 7,2% a mais do que disse ter.

Além destes, o deputado federal reeleito Raimundo Gomes de Matos doou R$ 72 mil a sua própria campanha, sendo que declarou não possuir nenhum bem. À Folha, afirmou possuir, junto com a esposa, cerca de R$ 800 mil. Outros três deputados declararam não possuir bens e doaram para as suas campanhas, mas as doações não excederam R$ 6.000.

Os empréstimos podem ser considerados crime eleitoral ou contra a ordem tributária, segundo especialistas ouvidos pela “Folha”. O procurador eleitoral do Rio, Rogério Nascimento, aponta tanto a declaração errada de bens como a ocultação do real doador como possíveis ilícitos: “Estes dados podem ser indícios de irregularidade no financiamento de campanha ou na declaração de bens”. O diretor da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo, lamentou a falta de cruzamento de informações entre órgãos estatais, como a Justiça e a Receita

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