O deputado estadual Ademir Brunetto (PT) disse que pretende solicitar ao seu partido para que questione a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Cooamat), que tem o deputado estadual José Riva (PDT) como autor. Segundo o parlamentar, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa cometeu irregularidades ao não ler os documentos durante a sessão de aprovação.
Segundo Brunetto, a instalação da CPI fugiu do rito regimental, presidida pelo deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB), pelo fato do documento de instalação não ter sido lido na sessão que autorizou o início dos trabalhos da CPI. “Teve muita influência do Riva nisso tudo. A aprovação da CPI fugiu totalmente do rito regimental do Legislativo, porque os documentos não foram lidos durante a sessão de aprovação. Por isso o PT vai se manifestar judicialmente, eu não tenho mais nada a ver com isso”.
Embora prometa acionar o partido, Brunetto até o momento não tomou nenhuma atitude. O presidente do PT em Mato Grosso, William Sampaio, disse que desconhece o assunto. Por meio de assessoria, ele afirmou que a sigla não tem a decisão de entrar com qualquer recurso que pudesse impedir a instauração da CPI da Cooamat. O mesmo se deu ao líder do PT na Assembleia, Alexandre César. Ele disse que não foi comunicado sobre o assunto ainda.
Cooamat – o deputado estadual José Riva propôs uma CPI contra o empresário Eraí Maggi (PP) para investigar supostas fraudes e simulação de negócios da cooperativa no qual é sócio, além de parentes e funcionários do Grupo Bom Futuro. Há suspeitas de que a empresa sonegou cerca de R$ 500 milhões de impostos aos cofres públicos.
CPI – Brunetto se mostrou insatisfeito com o legislativo após a queda da CPI da Trimec, promovida por ele. Para o petista, as investigações deste caso seriam muito mais expressivas que o da Cooamat, uma vez que há indícios de lavagem de dinheiro público no governo do Estado. “Há mais de um ano que estou tentando instalar esta CPI e não consigo. Mataram a minha CPI. Estou muito chateado e decepcionado com o parlamento, porque poderíamos investigar uma verdadeira ‘lavanderia’ do governo do Estado com o dinheiro público. Mato Grosso deveria ter muita gratidão pelo Eraí [Maggi], porque graças a ele, o Estado teve respaldo na agricultura e na tecnologia para o mundo inteiro”.
O parlamentar retirou por duas vezes a assinatura que pudesse dar seguimento ao caso Cooamat. Na primeira ocasião ele alegou que tirou o apoio, devido Riva não ter demonstrado o mesmo com a CPI da Trimec.
Após um diálogo entre os dois, o petista voltou atrás e decidiu assinar novamente a CPI da Cooamat, em troca da assinatura de Riva na Trimec. Devido ao pouco tempo, a Mesa Diretora da AL decidiu derrubar a CPI de Brunetto e manter somente as investigações do pessedista e isso causou um desconforto no parlamentar.
Com isso, Brunetto decidiu retirar novamente a assinatura, no entanto, após o fim da sessão ordinária. O que tornou extemporâneo a oficialização do pedido de exclusão da assinatura, que ocorreu no dia 29 de outubro, véspera da publicação do Diário Oficial, devido o parlamentar ter perdido o prazo da retirada. Mesmo com a tentativa, as investigações do caso Cooamat serão efetuadas nos próximos 40 dias, antes do recesso do legislativo.