O deputado federal Ricarte de Freitas esteve hoje reunido com produtores rurais do Estado do Mato Grosso que participam, em Brasília, do “tratoraço-alerta do campo”, cobrando medidas para resolver problemas graves do setor agrícola. Além de receber líderes do setor em seu gabinete durante todo o dia, Ricarte esteve no local onde os manifestantes estão acampados e conversou com alguns líderes da caravana de produtores de Sinop como Antonio Galvan e Adelmo Zuanazi.
Ricarte ouviu as reivindicações dos produtores e almoçou com eles. Na ocasião, o parlamentar ressaltou a importância do setor produtivo se organizar. “Se vocês não se unirem, vai ser difícil chegar a algum lugar. Este setor tem tudo para dar certo aqui no Brasil, mas é preciso uma estrutura organizada, harmônica, caminhando em direção a um só objetivo”, explicou Ricarte.
O deputado também incentivou os agricultores a não desanimarem dos seus ideais. “A última vez que vocês estiveram aqui fazendo manifestação foi em 1999. Por que esse espaço de tempo tão grande? Se vocês não começarem a pressionar, a situação só tende a piorar”, disse Ricarte, referindo-se à perda de 18,2 milhões de toneladas na safra agrícola deste ano e na estimativa de redução de 10,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor – de R$ 95,4 bilhões, em 2004, para R$ 85,4 bilhões.
De acordo com os organizadores do movimento, o setor está perdendo significativamente com a valorização da taxa de câmbio e a impossibilidade de acesso às linhas de financiamento previstas no Plano de Safra. Durante a manifestação, que vai até o dia 30 de junho, em Brasília, cerca de 15 mil produtores rurais (sendo 1,5 mil do Estado do Mato Grosso) vão apresentar um conjunto de medidas para minimizar a crise no campo. Entre as propostas estão a autorização para compras a prazo junto aos fornecedores de insumos e máquinas; inclusão das dívidas de custeio e investimento dos produtores que tiveram dificuldades de comercialização da safra 2003/2004; readequação das dívidas do Pesa (Programa Especial de Saneamento de Ativos); seguro rural e recomposição do orçamento do Ministério da Agricultura.
Os agricultores sugerem a inclusão das dívidas de custeio e investimentos da safra 2003/2004 nas medidas já adotadas pelo governo federal para a prorrogação dos débitos relativos à safra atual. Também querem a criação de uma instância na qual possam recorrer quando os agentes financeiros indeferirem pedidos de prorrogação de dívidas. O setor produtivo quer ainda a renegociação dos contratos de crédito já repactuados no Pesa, considerando a capacidade de pagamento dos produtores afetados por problemas climáticos e de comercialização. Além disso, sugere a implantação do seguro rural nos moldes da Lei 10.823, de 2003, que prevê o pagamento de subvenção econômica ao prêmio do seguro.