O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda tem em aberto o prazo para contestar aspectos técnicos da aprovação do relatório da Comissão de Ética, pedindo a cassação dele por 11 votos a 9. Mas já se fala na Casa que dificilmente ele reassuma o mandato, pois seu retorno seria insustentável. “Quando vir para o plenário vamos fazer a cassação”, disse ao Só Notícias, Ságuas Moraes (PT).
Os deputados acataram o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que afirma que Cunha quebrou o decoro ao mentir sobre ter contas no exterior durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Ságuas afirmou que a aprovação “foi justa, porque tá comprovado todos os atos criminosos deles […], o caso de investigação está todo com contas comprovadas, encaminhadas pelo Ministério Público da Suiça. Ele dizia que apenas usufruía, não era titular elas, mas neste caso era até menos importante, mas um absurdo”.
Ságuas também destacou que o Banco Central informou ao Conselho de ter multado Eduardo e sua mulher, Cláudia Cruz, em R$ 1,13 milhão por não terem declarado recursos no exterior à Receita Federal entre 2007 e 2014. “Todos os crimes estão comprovados de várias formas, ele levou multa do Banco Central por movimentação lá fora, é uma prova mais que autêntica. Ele manobrou tanto na Comissão, um processo nunca passou de 3 a 4 meses, mas no caso dele foram 8”, acrescentou.
Agora o processo contra Cunha precisa ser analisado em plenário. Para que ele tenha o mandato cassado, é preciso pelo menos 257 votos, a maioria absoluta dos 513 deputados.