quarta-feira, 11/dezembro/2024
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Deputado mato-grossense apontado como braço direito da Planam

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Os grampos telefônicos obtidos pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, mostram que pode haver mais funcionários do Ministério da Saúde envolvidos no escândalo das ambulâncias, além dos três já afastados, como a assessora Maria da Penha Lino. Pelo menos outros dois, o diretor do Fundo Nacional de Saúde(FNS), José Menezes Neto, e o Coordenador de Acompanhamento de Prestações de Contas em Brasília, Luís Carlos Cury, são tratados como íntimos pela quadrilha que fraudava licitações com recursos de emendas.

No caso de Menezes, os grampos sugerem que era um dos que recebiam propina por participar do esquema. Em conversa com Maria da Penha, em dezembro, o deputado Lino Rossi (PP-MT), diz que estava “perdendo as emendas de Cuiabá, no valor de R$ 1 milhão”, mas já conversava com Menezes “para operar uma mudança”.

Segundo as investigações da PF, Rossi era um dos principais braços parlamentares em Mato Grosso da empresa Planam, que montava ambulâncias para vender de forma superfaturada à prefeituras. O deputado já reconheceu como sua a voz captada pelos grampos da PF.

Cury é citado nos grampos em conversa entre Penha e Estela, funcionária da Planam. Estela reclama que o prefeito de Sonora (MS), Zelir Antônio Maggioni (PMDB), teve sua prestação de contas da compra de ambulância contestada pelo Ministério da Saúde. Penha responde que o prefeito poderia fazer um ofício a Cury, pedindo sua intervenção no caso e ela se encarregaria de entregá-lo.

Apesar das evidências contra funcionários, o ministério não tomou até agora nenhuma atitude além de afastar os três funcionários presos pela PF. A assessoria do ministro interino, Agenor Alves da Silva, alega que nenhuma informação da PF chegou ao órgão e, portanto, ele não pode se pronunciar. Cury e Menezes foram avisados pela assessoria de que o Estado buscava esclarecimentos, mas não retornaram a ligação.

Para alguns procuradores, o silêncio do ministério pode estar relacionado ao envolvimento do PMDB – partido do atual e do ex-ministro – no escândalo. Penha, por exemplo, foi chamada para o cargo, em agosto de 2005, pelo então ministro e atual deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG). Antes disso, ela trabalhava para a Planam.

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