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Deputado federal precisará de 200 mil votos para se eleger

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Simulação construída pelo consultor e assessor legislativo Valdecir Pinho Calazans, mostra o quociente eleitoral para a conquista das 24 vagas à Assembleia Legislativa e das 8 à Câmara Federal nas eleições 2014. Uma cadeira no Poder Legislativo terá quociente eleitoral de 68.100, com primeira média (sobra) de 61.901. O cargo de deputado federal terá como base o quociente eleitoral de 200.111, e primeira média de 168.170. Na tabela obtida por A Gazeta, Calazans pontua ainda quantitativo relativo às demais sobras, que poderão alçar a condição de eleito àqueles com menor poder de voto. Fazendo parte do sistema eleitoral de votação no Brasil, o quociente eleitoral é aquele número que define quais os partidos e/ou coligações que tem direito a ocupar as vagas em disputa nas eleições proporcionais, ou seja, aos cargos de deputado estadual e federal.

O histórico das eleições gerais do Estado de Mato Grosso, passando pelos pleitos de 2002, 2006 e 2010, revelam que a eleição dos parlamentares mais bem votados está, na maioria das vezes, intrinsecamente relacionada ao “poder” conferido pela figura do chefe de Estado, leia-se máquina pública, e por essência, ao partido que comanda ou que poderá estar à frente do Executivo. Os resultados nas urnas mostram que os detentores de maior musculatura eleitoral, escolhidos para a Assembleia Legislativa e a Câmara Federal, pertenciam aos quadros da agremiação do governador, ou então a legendas integrantes de coligações vencedoras.

A avaliação desse quadro também parte de informações contidas na pesquisa realizada por Calazans. Os resultados também comprovam os reflexos da alteração de forças no poder, quando ocorreram mudanças dos grupos políticos no comando do Estado.

Essa situação foi visualizada com clareza nas eleições de 2002, período em que Blairo Maggi venceu pela primeira vez o pleito para governar Mato Grosso. Ao ser eleito pelo PPS do hoje prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, Blairo Maggi consolidava a mudança de bloco político no Poder Executivo, encerrando naquele período o domínio do PSDB no Estado, tendo o ex-governador Dante Martins de Oliveira gerido o Executivo por dois mandatos (1994/2002). Por ser um “fato novo”, o poder de Blairo Maggi não se visualiza naquele resultado de eleitos para as bancadas estadual e federal, tendo sido mantida a força dos tucanos na lista dos mais bem votados.

À época, Pedro Henry (ex-PP), hoje condenado no escândalo do mensalão, liderou a votação para vaga na Câmara dos Deputados, tendo quociente eleitoral de 158.958, com 120.846 votos, seguido por Carlos Abicalil (PT), 118.120 e Wellington Fagundes (PL), conferindo 114.098 votos. Vale ressaltar que nessa bancada, o PSDB de Dante Martins de Oliveira elegeu três parlamentares: Wilson Santos (94.267), Ricarte de Freitas (66.125) e Thelma de Oliveira (58.293).

Na Assembleia Legislativa, em 2002, verificado 53.289 para quociente eleitoral, também fica a marca do PSDB, tendo sido José Riva líder de votos, com 65.389 votos e ocupando o 4º lugar naquele ranking, o então tucano Chico Daltro com 26.640 votos. Humberto Bosaipo (PL) ficou no 2º posto, com 52.310 e Sérgio Ricardo (PMN), no 3º, somando 32.097. Nessa eleição, o PSDB somou “7” cadeiras na bancada
estadual.

Eleições 2006 – Blairo Maggi foi reeleito governador em 2006, ainda no PPS. No início de 2007, ele migrou para o PR, partido criado a partir da fusão do PL e do Prona. Nesse ambiente eleitoral, a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu em segundo turno, quando Maggi selou parceria política com o PT nacional. Foi o início de uma longa relação de aliados entre as referidas legendas (PR/ PT), comprovadas no âmbito da instituição partidária, até as eleições 2014, com a candidatura ao governo do petista Lúdio Cabral e ao Senado do deputado federal Wellington Fagundes (PR).

O quadro de eleitos em 2006 para a Câmara Federal, com quociente de 179.412, mostra Carlos Abicalil (PT) na liderança de votos, com 128.851, tendo na sequência pontuado 100.114 o representante do setor do agronegócio, Homero Pereira (falecido em outubro de 2013) pelo PPS de Maggi. O terceiro nessa lista de mais votados foi Wellington Fagundes (PL), com 78.215 votos. Vale ressaltar que o PSDB nesse pleito só fez uma cadeira, com Thelma de Oliveira, 76.770.

No Poder Legislativo, sendo exigido quociente de 60.347 votos, a liderança ficou com José Riva, no PP, contabilizando 82.799. No período, os então peemedebistas Walter Rabello e José Carlos do Pátio obtiveram o 2º e 3º lugares, com 70.646 e 42.277 votos, respectivamente. O quarto na ordem dos mais votados foi Percival Muniz (PPS), 41.719. O PPS de Maggi conquistou nesse pleito 5 cadeiras na Assembleia Legislativa, tendo o partido amargado esvaziamento após a filiação do então governador nos quadros republicanos.

Eleições 2010 – No pleito geral de 2010, com 188.090 de quociente eleitoral, o resultado nas urnas mais uma vez confirmou a força do PR até então no poder, tendo ocorrido a saída de Blairo Maggi em março deste ano para disputar a senatória. Os dois deputados federais mais bem votados foram os republicanos Wellington Fagundes (145.460) e Homero Pereira (112.421). O terceiro colocado, com 101.907 votos foi o deputado Valtenir Pereira, pertencendo no período ao PSB e hoje no Pros. Ainda na lista dos mais bem colocados constou Carlos Bezerra (PMDB), somando 90.780.

A bancada estadual, seguindo quociente de 64.493, repetiu o peso do PR, ficando com 4 cadeiras na lista dos mais bem votados: Sérgio Ricardo (87.407), Sebastião Rezende (51.552), Mauro Savi (47.663) e Wagner Ramos (32.270), Nessa eleição, o deputado José Riva, pelo PP, foi o mais votado com 93.594. Lembrando que o PR conquistou ainda outras duas vagas, com João Malheiros (23.551) e Hermínio J. Barreto (22.825). Ainda seguindo a grade dos mais votados, o PMDB ficou com a 6ª e 7ª posições, através de Romoaldo Júnior, com 29.507 e Baiano Filho, 28.407 votos.

Neste mapa, o PMDB que assumiu o comando do Estado por meio do governador Silval Barbosa, conseguiu eleger bancada com cinco deputados estaduais. Dois deles, Walace Guimarães (25.129) e Nilson dos Santos (24.638), foram eleitos prefeitos em 2012, para Várzea Grande e Colíder, respectivamente, abrindo vagas para suplentes. Teté Bezerra, também pertencente aos quadros do PMDB, somou à época 22.964.

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