O deputado federal José Medeiros, vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, esteve reunido, hoje, com a cúpula do Podemos em Sinop e falou sobre a expectativa com a aprovação da reforma da Previdência uma das principais prioridades do novo governo. Segundo ele, o projeto deve ser votado dentro de 60 dias. Medeiros também rebateu as acusações da oposição que fala em falta de articulação do governo de Jair Bolsonaro para acelerar as mudanças. A proposta apresentada pela equipe econômica prevê uma economia de R$ 1,2 trilhão em 10 anos.
“Não está faltando (articulação). O governo ainda não começou. Tem se falado que vai conversar, mas optou por manter uma certa distância até porque foi feito aquele discurso de nova política. Existe a política certa e a errada. Estamos tentando convencer o entorno do presidente de que é preciso conversar com todo mundo”, defendeu.
A alteração da legislação previdenciária é considerada a principal medida de ajuste fiscal do governo Jair Bolsonaro. “Nós já conversamos com todos os generais, com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni com o da Economia, Paulo Guedes, essa semana. Eu fiz juntos com os vice-líderes uma verdadeira sabatina dizendo: Precisamos trabalhar e montar essa composição para que o governo tenha um time. Porque, até agora, a gente não sabe qual é a zaga, a lateral e o centroavante do governo. Isso não está montado ainda, mas por opção da alta cúpula do governo. Estamos trabalhando e já surtiu fruto. Conseguimos aprovar algumas medidas como a 860 que autoriza a doação de recursos financeiros para o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados e para a Organização Internacional para as Migrações para fins de acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária”.
Para aprovar a reforma, o governo precisa de 308 votos na Câmara dos Deputados. A proposta precisa passar por duas votações na câmara e duas no Senado antes de ser sancionada pelo presidente e entrar em vigor.“O ideal é que não se mude nada, porque 100% de nada é nada. Não adianta fazer uma gambiarra agora, uma meia reforma e depois não ter dinheiro para pagar os aposentados. Se tem que fazer a reforma vamos fazê-la para não ter que daqui a dois anos ter que fazer de novo. É doído, é duro ter que dizer isso, mas esta reforma tinha que ter sido feita na década de 70. Estamos endividando todo mês para poder pagar a aposentadoria sem que faça um ajuste e, cada vez mais fazendo gambiarra. Gente se aposentando que não devia, outros com privilégios. Então tem que ajudar para que a pessoa que mais precisa não fique sem ela”.
Com a proposta a idade mínima para aposentadoria será de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, além de 20 anos de contribuição. A proposta também prevê mudanças para servidores, professores, policiais, militares, nas pensões por morte, nas aposentadorias por invalidez e do deficiente, no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de aposentados e até no abono do PIS/Pasep. Ainda abre espaço para que comecem a taxar vale-refeição e férias.