O deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) se manifestou sobre a denúncia oferecida contra ele e outras 14 pessoas, suspeitas de participação em fraude na emissão de cartas de crédito, avaliadas em R$ 418 milhões. O parlamentar contestou as alegações do Ministério Público Estadual (MPE) e, apresentando uma perícia produzida com autorização do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, afirmou que a operação gerou uma economia de mais de R$ 800 milhões. Ao tratar do caso, ele disse ainda que renunciaria ao mandato se ficar comprovado que houve algum desvio dos recursos públicos.
Fabris explicou que diante da demora no oferecimento da denúncia por parte do MPE, solicitou ao Tribunal a produção antecipada de provas, deferida pelo desembargador Pedro Sakamoto, mesmo responsável por nomear o profissional responsável pela análise. No relatório, que não se ateve a legalidade de emissão de documentos nem aos acordos firmados, o profissional pontua que houve a economia, porque os agentes fazendários, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), teriam a receber aproximadamente R$ 1,3 bilhão em valores atualizados.
O deputado destacou que não teve nenhuma participação no processo, apenas intermediou um acordo entre a categoria e o então governador Blairo Maggi (PP). Ele admite que se beneficiou com os honorários pagos pelos agentes, uma vez que sua esposa, também denunciada, e seu cunhado, outro alvo do MPE, advogaram para o grupo e participaram da celebração dos acordos. “Espero que a perícia judicial jogue uma pá de cal nessa confusão das cartas de crédito. Sou político e dependo da minha imagem”.
Além de Fabris, foram denunciados os ex-secretários Eder de Moraes Dias e Edmilson José dos Santos, familiares de Fabris e Moraes, procuradores, advogados e servidores públicos. MP pede ressarcimento dos mais de R$ 418 milhões supostamente desviados. A denúncia está sob análise do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.