O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Frigoríficos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Odanir Bortolini (PR), afirmou que não serão investigadas irregularidades na concessão de incentivo fiscal por parte do Estado, mas o fechamento de 20 plantas frigoríficas, visando o monopólio do segmento, e as perdas econômicas e sociais.
Nininho afirmou que a CPI tem informações sobre a taxa única de 2% de ICMS para o setor. “O que nos surpreende na declaração do secretário é porque fomos muito claros desde o começo, que a nossa preocupação é com o desequilíbrio no mercado da carne em relação a outros estados, em especial São Paulo onde a desvalorização da arroba do boi ultrapassa os 15% em comparação à vendida aqui”, destacou.
“O que não podemos entender é quando uma empresa que tem como principal acionista o BNDES chega a Mato Grosso, compram plantas frigoríficas que nem são colocadas em funcionamento e já fecham, não me parece que está bem intencionada, até porque essa política gerou mais de oito mil de demissões. Só a JBS fechou, estrategicamente, 11 plantas, além de ter alugado outras seis para também encerrar as atividades. Qual empresa compra uma planta com valor alto para fechar? Não existiria aí uma outra forma de a empresa estar lucrando? ”, questionou Nininho, por meio de assessoria.
“Tivemos informações oficiais fornecidas pelo Sindifrigo (Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso) e pelo Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso) que só em 2015 saíram 589.542 cabeças de gado (gado que saiu em pé) do estado para ser comercializado fora daqui. Só este número daria para manter mais oito plantas frigoríficas funcionando. Isso prova que algo errado está acontecendo na cadeia da carne em nosso estado” enfatizou.